Em balanço da CPI, senadores comemoram decisão de Fux Fonte: Agência Senado

14/07/2021 11:38

 

Em entrevista coletiva ao fim da reunião da CPI da Pandemia nesta terça-feira (13), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente do colegiado, classificou como "grande vitória" a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Para ele, a decisão é clara ao estabelecer os marcos do direito ao silêncio à luz de cada caso concreto, e segundo ele desmonta um artifício jurídico montado pela empresa Precisa, em colaboração com o governo federal, com o fim de manipular as decisões do STF.

— O direito ao silêncio é um instrumento para não se autoincriminar, mas não pode ser utilizado como escudo para impedir que a investigação avance — definiu.

Randolfe acrescentou que o direito ao silêncio já foi usado por vários depoentes, mas espera que, depois da decisão de Fux, os próximos que tentarem recorrer ao STF com a finalidade de obstruir a atuação da CPI vão “pensar duas vezes”. Para ele, caso os depoentes se recusem a responder aos questionamentos na comissão, poderão incorrer em crime de falso testemunho e podem ser presos.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) acrescentou que, durante o depoimento, a diretora da Precisa, Emanuela Medrades, negou-se a responder perguntas elementares sobre sua relação de trabalho com a Precisa e outras empresas. Renan Calheiros disse esperar que a audiência de amanhã — que também ouvirá Emanuela — seja mais proveitosa.

— Serão depoimentos importantíssimos do ponto de vista dessas negociatas que ocorreram nos bastidores da aquisição das vacinas no Brasil.

Renan Calheiros também classificou a vacina Covaxin de “uma espécie de lixo na Índia” e apontou as condições incomuns na compra do imunizante pelo Ministério da Saúde. Ele salientou que a Precisa tem dado demonstrações de poder político e econômico e tentou burlar o sorteio eletrônico do STF. O relator afirmou ainda a CPI está cumprindo sua missão de investigar fato que não estava tendo a atenção dos canais competentes regulares.

— A CPI não vai expor ninguém ou vai fazer perguntas ou 'pegadinhas' para fazer alguém se autoincriminar. O que queremos é o esclarecimento definitivo dos fatos — disse Renan.

O senador Humberto Costa (PT-PE) acusou o governo de aparelhar as instituições do Estado para impedir o aprofundamento das investigações. Ele citou antecedentes do “golpe” da Precisa no Ministério da Saúde.

— A Precisa tornou-se intermediária dessa venda bilionária de vacinas porque foi sugerida por alguém de dentro do governo — declarou.

Próximos passos

Foi antecipado para esta quarta-feira (14) o depoimento de Francisco Maximiano, sócio-presidente da Precisa Medicamentos, juntamente com o depoimento de Emanuela Medrades, que acabou sendo adiado. Está previsto para quinta-feira (15) o comparecimento à CPI do procurador da Davati Medical Supply, Cristiano Alberto

Fonte: Agência Senado

Compartilhas Noticia

Tags

Comentários

Comentários

Escrever Comentário

26872

Subscribe to see what we're thinking

Subscribe to get access to premium content or contact us if you have any questions.

Subscribe Now