O LoboFest – Festival Internacional de Filmes realiza sua 11ª edição reconstruindo trilhas de memórias e levando o cinema para lugares que fazem parte da história mais remota e profunda do Distrito Federal. De 13 a 16 de novembro, o evento foca sua lente na diversidade de linguagens e temas, no formato curta-metragem. São 128 produções inéditas a serem exibidas em dois espaços: Museu Vivo da Memória Candanga e na Capelinha da Metropolitana, ambos no Núcleo Bandeirante. A programação conta também com mostra de cartazes de cinema, exposição de fotografias que retratam a história do Núcleo Bandeirante e projetos com escolas da rede pública do DF. O projeto é realizado por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e todas as atividades do festival tem entrada franca.
Com foco no “cinema do presente” – linguagens e temas que estão pulsantes na contemporaneidade - a programação de filmes inclui produções que abrangem todo o mapa global. São mais de 50 nacionalidades oriundas dos cinco continentes, incluindo produções de países que se firmam no mercado internacional, como Kosovo, Moldávia, Quirguistão, Venezuela e África do Sul. Além disso, produções nacionais de todas as regiões do Brasil.
Destaques internacionais serão exibidos no LoboFest. O curta “Skin” (2018), de Guy Nattiv, vencedor do Oscar 2019 na categoria Melhor Curta Metragem, será exibido pela primeira vez em no circuito de Brasília. Um filme contundente e contemporâneo que aborda de forma direta e incisiva os conflitos raciais nos Estados Unidos. A grade conta com uma lista recheada de curtas premiados recentemente em festivais de renome como Busam (Coréia), Clermont-Ferrand e Annecy (França) Doc-Lisboa. Os temas são os mais variados, desde comédias e cenas da vida cotidiana a histórias fabulosas e dramas sobre imigração, conflitos raciais, solidão nas grandes cidades, LGBT e outros que retratam a humanidade atual no mundo globalizado.
O LoboFest inclui exibirá, além das mostras competitivas nacionais e internacionais, as mostras Lobinho, Meu pé de laranja lima, e De boa na lagoa, voltados para crianças e adolescentes, em parceria com Programa Educativo do Museu; Lobo Azul, pensada especialmente para crianças que se enquadram no espectro autista; sessões com audiodescrição para contemplar o público cego; com temáticas e personagens idosos, sessões adaptadas com tradutor em Libras para pessoas surdas.
Em comemoração aos 60 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Coreia, o Lobo Fest presta uma homenagem ao país asiático, cuja indústria cinematográfica é, hoje, uma das mais conceituadas e premiadas. Uma parceria com a Embaixada da República da Coréia possibilitou a exibição de um preciso recorte da produção de curtas-metragens sul-coreano. O programa inclui quatro curtas, todos premiados em festivais internacionais, que representam muito bem o refinamento, a beleza e a diversidade do atual cinema sul-coreano: O Reino do Conhecimento Mais Profundo, Barganha, Uma Dança Silenciosa e Yuwol – O Menino que Fez o Mundo Dançar, que estarão distribuídos nas mostras da programação.
A curadoria leva a assinatura dos produtores do LoboFest, Josiane Osório e Ulisses de Freitas, e de Rodrigo Huagha, Lavínia Aguilar e Daniela de Castro Rocha. A equipe se debruçou sobre um universo 3.189 filmes inscritos. Entre os os países que mais enviaram criações para a mostra estão Brasil, Irã, Estados Unidos, França, Colômbia, Rússia e Itália. O enorme volume de filmes deve-se à construção de uma curadoria bem estruturada que visitou pessoalmente festivais internacionais, como o de San Sebastian, na Espanha, com apoio do FAC Conexão Cultura DF, bem como o intercâmbio com outros eventos desse porte no mundo. O resultado é uma mostra diversa e harmoniosa que traz para os brasilienses a nata da produção em curta-metragem no mundo. Dessa forma, o Lobo Fest se consolida como um dos principais festivais internacionais de curtas-metragens do Brasil.
A descentralização é o grande diferencial desta edição. O Lobo Fest aterrissa no Núcleo Bandeirante, cidade conhecida como o local onde Brasília nasceu em sua essência. “Essa ação de descentralização contribuirá para o processo de circulação e formação de plateia, ampliando e democratizando o acesso audiovisual à população da cidade. Além de oficinas, retrospectivas e reflexões com o público sobre o cinema do presente e, consequentemente estimulando o debate sobre temas que afligem o mundo contemporâneo, como conflitos étnicos, questões ambientais, direitos humanos, diversidade e deslocamento”, destaca Josiane Osório, curadora e idealizadora da mostra.
A curadoria avaliou as produções, principalmente, pela qualidade da linguagem e qualidade técnica da criação, além da ousadia e criatividade da forma como foi contada a história, ou seja, como cada autor lida com a gramática do cinema. A votação das mostras competitivas será por cédulas, com a escolha do público entre as melhores criações de cada sessão.
“O LoboFest se ampliou desde suas duas últimas edições e ganhou o mundo, expandindo o alcance para países como Irã e Coreia, entre outros. Isso foi fundamental para que o festival se imponha, hoje, como um dos principais eventos internacionais desse gênero no Brasil. Seguramente, a mostra competitiva do Festival está ao nível de qualquer grande festival internacional no mundo”, explica Ulisses de Freitas, curador do festival.
Ações paralelas
Em paralelo às sessões de exibição de filmes, o LoboFest promove também uma programação cultural variada. Dentre as atividades formativas, o festival conta com oficinas, palestras e bate-papos com estudantes e professores da rede públicade ensino do DF.
O Museu Vivo da Memória Candanga recebe a exposição Cândido de Faria – Um Brasileiro em Paris, uma coletânea de 18 cartazes produzidos pelo artista para a Cinematográfica Pathé, maior companhia de cinema da época. Com curadoria de Germana Araújo, a exposição faz um resgate cronológico de obras do acervo impresso em litografia, entre 1902 e 1911. A exposição estará aberta para visitação de 12 de novembro a 20 de dezembro, com entrada franca.
O Museu Vivo da Memória Candanga e o Lobo Fest apresentam a exposição Narrativas Afetivas do Núcleo Bandeirante, composta de três acervos que dialogam entre si com a temática da memória, da afetividade e do registro do tempo. O primeiro núcleo é um extrato da exposição fotográfica Brasília: Céu e Terra, de Joaquim Paiva, com registros do Núcleo Bandeirante na década de 70, época em que a cidade-satélite ganhou o apelido de Cidade Livre. As fotografias dão conta da beleza artesanal da cidade, por meio das fachadas e vistas. Esse foi o primeiro trabalho do fotógrafo, conhecido por ser o maior colecionador de fotografia brasileira contemporânea da atualidade, contando hoje com perto de 2.000 imagens de mais de 130 fotógrafos diferentes; acervo que já expôs por diversas vezes tanto no Brasil quanto no exterior.
O segundo núcleo apresenta registros videográficos de narrativas afetivas do Núcleo Bandeirante, de Josiane Osório, cineasta e professora brasiliense. O projeto fez parte de um conjunto de homenagens aos 30 anos de tombamento de Brasília como patrimônio histórico. A partir desse conceito de patrimônio, se orienta a pré-história, lugares de memória e coesão social, histórias orais, cartas, objetos que retratam tessitura social.
Este trabalho trata da história do Movimento Pró-Fixação e Urbanização do Núcleo Bandeirante. A Cidade Livre, núcleo pioneiro, se engaja num embate contestatório da predestinação imposta pela lógica espacial oficial, a qual tinha como projeto a extinção da Cidade, após a inauguração de Brasília. Há uma resistência organizada, embasada numa experiência ligada à necessidade do lugar e do solo histórico, cuja coesão social foi imprescindível para a criação do Núcleo Bandeirante, em 1961.A pesquisa, a partir dos acontecimentos históricos vividos pelo grupo social naquele espaço e tempo, buscou construir umahistória da memória ao falar de personagens, que pertenceram e vivenciaram o Movimento. E por fim, uma janela ao passado se abre com os ambientes construídos com móveis e objetos que fazem parte do acervo histórico do Museu da Memória Viva Candanga, reforçando a temática de Narrativas Viuais, que é propor uma reflexão entre memória, afeto e tempo.
O Lobo Fest não para. Uma de seus grandes diferenciais é que ele desenvolve ações e atividades ao longo de todo o ano. Após a realização desta 11ª edição, o Lobo Fest voa para o Recanto das Emas. No dia 21 de novembro, em parceria com a Embaixada da Coreia, o festival promove a exibição do filme coreano “Em Chamas”, de Lee Chang-dong , no IFB do Recanto das Emas, acompanhado de uma máster class com os curadores Josiane Osório, Rodrigo Huagha e Ulisses de Freitas. O premiado filme conta o drama de Jongsu (Ah-in Yoo), entregador que, durante um delivery, encontra Haemi (Jong-seo Yun), uma antiga vizinha que lhe faz um pedido inusitado: cuidar do gato dela enquanto faz uma viagem para a África. Quando volta de viagem, Haemi apresenta ao entregador um enigmático jovem, Ben (Steven Yeun), que conheceu durante a temporada africana.
O festival também desenvolve projeto itinerante em escolas da rede pública da capital, levando sessões de cinema para alunos de todas as idades. O projeto-escola exibe filmes infantojuvenis e de temáticas atuais para adolescentes, retratando e debatendo questões sociais importantes para a formação dos alunos e aprimorando a percepção deles quanto à produção cinematográfica, colocando-os em contato com novas técnicas e linguagens.
No dia 7 de novembro, o Centro de Educação Infantil do NB, dia em que a escola completa 56 anos, recebe duas sessões da mostra infantil, ás 8h e às 14h. No dia 8 de novembro, o Centro de Ensino Médio Urso Branco recebe o LoboFest às as 14h, 15h e 16h40. No dia 11 de novembro, no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente Juscelino Kubitschek, das 8h às 12h15 e das 13h30 às 16h45. No dia 12, é a vez do Centro De Ensino Fundamental 01 do NB das 13h30 às 17h45.
A dança e o movimento do corpo ganham destaque na programação do LoboFest. As histórias captadas por lentes e olhares diversos registrados em formato de curtas-metragem integram a programação do 1º Lobodança, mostra internacional de vídeo-dança, que teve sua estreia no dia 18 de outubro, no Centro de Dança do DF, e continua em programação para novembro, até março de 2020. Na seleção, feito pela curadoria da mostra, oito filmes de nacionalidades diversas, que trazem o corpo como narrativa de movimento. O 1º Lobodança segue com programação a ser divulgada no site do LoboFest
Programação
Museu Vivo da Memória Candanga
Dia 12 – terça-feira
10h Às 12h Abertura Mostra Coreana
14h Às 15h30 Educativo Lobinho (Infantil)
Dia 13 – quarta-feira
10h Às 10h45 Educativo De Boa Na Lagoa (Em)
14h Às 15h Curtíssimos
15h15 Às 16h30 Programa 1 Competitiva - 67 Minutos
16h45 Às 18h Programa 2 Competitiva 65 Minutos
Dia 14 – quinta-feira
10h Às 10h45 Educativo Meu Pé De Laranja Lima (Fund)
14h30 Às 16h Sessão Inclusão Libras (Curtas) - 67 Minutos
16h15 Às 17h00 Programa 3 Competitiva - 67 Minutos
Dia 15 – sexta-feira
10h30 Às 11h15 Curtíssimos Familiar
14h Às 15h30 Programa 4 Competitiva - 73 Minutos
16h Às 17h30 Programa 5 Competitiva - 71 Minutos
Dia 16 - sábado
10h Às 10h45 Sessão Azul 40 Minutos
14h Às 15h15 Programa 6 Competitiva 61 Minutos
15h30 Às 17h Programa 7 Competitiva 78 Minutos
17h15 Às 18h Animação Adulto 45 Minutos
Capelinha da Metropolitana
Dia 13 – quarta-feira
19h Às 20h Programa 1
20h30 Às 21h30 Programa 2
Dia 14 – quinta-feira
19h Às 20h Programa 3
20h30 Às 21h30 Programa 4
Dia 15 – sexta-feira
19h Às 20h Programa 5
20h30 Às 21h30 Programa 6
Dia 16 - sábado
19h às 20h Curta Família 1
20h30 às 21h30 Curta Família 2
11ª Edição LOBOFEST - Festival Internacional de Filmes
Data: 13 a 16 de novembro
Locais: Museu Vivo da Memória Candanga (Via EPIA Sul, SPMS, Lote D – Núcleo Bandeirante – DF) e Capelinha da Metropolitana (Metropolitana - Núcleo Bandeirante)
Programação completa de filmes e classificação no site: http://lobofest.com.br
Entrada Franca
55 (61) 3263-8916 / 3263-5597
55 (61) 3263-8916 / 3263-5597
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55 (61) 3263-8916 / 3263-5597