Para os moradores de Taguatinga é uma honra que esta águia conduzida pelo renomado fotógrafo Ivaldo Cavalcante tenha feito a sua morada distante das já acolhedoras asas do Plano Piloto.
A Galeria Olho de Águia assentou uma trincheira e um refúgio aos diversos guerreiros quixotescos “fazedores” de arte que estão marginalizados do circuito acadêmico, da dita indústria “cultural” e da escassez das águas advindas dos incentivos governamentais.
O acolhimento à pluralidade das manifestações artísticas traz aos seus frequentadores ora estranheza, ora epifania: marca da sensibilidade e generosidade sempre presentes no esforço empenhado pelos idealizadores e mantenedores da galeria.
Nós, os frequentadores e moradores da cidade, também sentimo-nos atraídos pelo clima informal e a receptividade descontraída do anfitrião-galerista, que nos ensina muito sobre a história da produção cultural do DF em um bate-papo regrado a uma sempre agradável degustação: uma experiência muito distante da “linguagem de catálogo” ou do tom professoral e academicista de alguns centros culturais que podem amedrontar os que não se sentem pertencentes a esses ambientes.
Dessa forma, a Galeria Olho de Águia representa não só um mirante que traz aos seus frequentadores um panorama do cenário artístico de Taguatinga e do DF, como também oportuniza espaço, voz e protagonismo aos artistas locais para que possam expor suas impressões e representações do “local universal”.
Quer sinta empatia ou reprovação aos temas e projetos acolhidos por essa galeria, uma visita ao local nos garante, em definitivo, que a indiferença por lá não tem qualquer chance de se apresentar.Texto:Daniel Ramos
"A Cada Traço, Eu."
A história do desenho começa quase que ao mesmo tempo em que a do homem.
Nas cavernas ficaram gravados, por meio de desenhos, os hábitos e experiências
dos daqueles que usavam as pinturas rupestres como forma de expressão e
comunicação antes mesmo que se consolidasse uma linguagem verbal.
Foi precursor da linguagem escrita, da cartografia, da fotografia e do cinema. Ora
ilustrava templos sagrados e tumbas. Outrora representava os deuses mitológicos,
ou, ainda, os seres condutores dos navegantes dos mares desconhecidos. O
desenho levou o homem por rotas desconhecidas, permitindo-o conhecer novos
lugares, além de compreender o seu mundo e experimentar outros diversos
mundos. Retrato fiel da evolução da humanidade, para além do dom natural, como
alguns assim pensam, foi guia nos caminhos que o homem, em toda a sua história,
traçou.
Hoje, com todo o nosso caminhar, talvez, o desenhar tenha lugar de contemplação.
Mas isso, somente para quem o vê. Para quem o vive é mais. Tem a magia do
primitivo uma vez que é descoberta de expressão e de mundos novos.
Não há história sem desenho e a minha, principalmente, mais do que por palavras,
é narrada pela transcrição da minha imaginação para o papel. Do mais singelo, na
infância, ao mais rebuscado, depois de tanto estudar. Do mais grotesco ao mais
sensível, em cada novo traço há uma nova Nayane.
Exposição;
Local: Galeria Olho de Águia (CNF 01, Edifício Praiamar, Loja 12 – Taguatinga Norte)
Entrada franca.
Contato com o Autor (61) (Nayane) Ivaldo (99962575 (galeria)