Transmutação é o nome da próxima exposição individual da artista plástica
Loreni Schenkel, no Café Savana, com curadoria de Lourenço de Bem. O vernissage
acontecerá no dia 7 de abril, a partir das 19 horas, e a exposição seguirá aberta ao
público até o dia 26 deste mês.
Loreni Schenkel é sulista, descendente de família alemã, natural de Santa
Rosa/RS e residente em Brasília desde 2005. Órfã de mãe aos 10 anos de idade,
trabalhou desde a infância para ajudar nas despesas de casa. Casou-se jovem, assumiu a
administração de dois restaurantes e os cuidados do filho, em Florianópolis Santa
Catarina, após transferência de seu esposo para Brasília. Lá, numa fase extenua de sua
vida, ela teve seus primeiros contatos com a arte ao conhecer obras de diversos artistas
clássicos, e logo iniciou seus primeiros estudos de pintura, o que ela considera ter sido a
redenção de sua existência.
Em Brasília, Loreni Schenkel se ingressou na Oficina de Arte da 104 Norte,
com a artista Ângela Zarat Brito; fez cursos de pinturas e esculturas com o artista
Lourenço de Bem e recentemente formou-se em Artes Plásticas pela Universidade de
Brasília (UnB), onde investiu cada minuto de seu tempo em pesquisas e experimentos.
Participou de dezenas exposições coletivas, foi convidada para expor individualmente
no Jardim Botânico este ano, em homenagem ao mês da mulher.
Aos olhos de Lourenço de Bem – instrutor de artes que acompanha o trabalho
de Loreni já há 2 anos, e curador desta exposição – “Loreni Schenkel se apropria de
algumas imagens, recortes de revistas, fotografias, etc. e descaracteriza essas figuras
que são ícones do momento. Unindo figuras totalmente desconexas, ela consegue dar
outras conotações e criar situações adversas que sugerem muita sensualidade e
sexualidade e acabam discutindo essa característica volúpia das relações atuais, de
muita liberdade em relação aos antigos modelos sociais propostos que visavam definir
ou dar papel aos dois únicos gêneros. O gênero não cabe mais dentro daquelas regras
delimitadas: o homem se veste assim e se comporta assim [...]”. Para Lourenço de Bem,
há visualmente um viés jornalístico no trabalho de Loreni, com percepção deste
momento.
Segundo Loreni, seu processo de criação consiste em “experimentar a
criatividade que surge quando permitimos os erros e partimos para dentro de nosso
universo. Há uma força intrínseca dentro de nosso inconsciente que não acessamos, é
como mergulhar em águas escuras e encontrar grandes tesouros, porém será necessário
ter nossos aliados de poder ao nosso lado e também enfrentarmos as feras que
habitam esse espaço. É não ter medo do fazer. É estar aberto a entrega total para novas
experiências”.
Loreni explica que seu diferencial está na forma de produzir sem ter um
modelo. “Um erro é um acerto em busca de um problema diferente. Simplesmente lido
com o desconhecido. Observo a natureza e percebo suas imperfeições. Aceito-as no meu
processo criativo também, o que me deixa leve para continuar a pesquisa com diversos
materiais, paleta de cores e novos formatos. O processo é a ideia de chegar a algum
lugar sem me importar com o resultado. É lidar com o que tenho. É administrar o medo
que, às vezes, paralisa, outras vezes, lança-me à análise de riscos, sobretudo, quando
pergunto: o que é de fato o problema?”
Embora a temática central da artista esteja interligada ao universo feminino e a
sexualidade, Transmutação aponta, nesta série, dois aspectos importantes:
1) o reaproveitamento das imagens descartadas tão rapidamente em nossos
dias. Explica Loreni: “Hoje temos uma revista cara, com impressão de boa
qualidade que estampa rostos famosos e charmosos que amanhã estarão no lixo. Sem
percebemos, repetimos esse comportamento constantemente em nossa vida. As
imagens são descartadas rapidamente, não há retenção em nosso olhar”;
2) o redirecionamento dessas imagens, onde Loreni Schenkel busca mostrar em
seu trabalho plástico “uma nova leitura dessas imagens, que são descartadas de modo
tão efêmero em nossos dias. Por isso, trago a temática da mudança de comportamentos
e a integração de novas formas de conduta em nossa sociedade. Para isso, abordo a
mutação dos corpos e dos materiais. Com as imagens, crio narrativas na pintura. Na
escultura, uso o papel descartado. Uso esse descarte para fazer a massa doe papel
maché; para elaborar as obras, que também abordam a temática do feminino”.
Por fim, Loreni Schenkel desfecha dizendo que: “Quanto mais eu trabalho,
mais cresce minha intuição. É o contato com o que faço que me faz perceber como
resolver o problema que eu crio. Busco ajuda na literatura. O espaço começa a se tornar
mais apreensível retrospectivamente. No meu trabalho de colagem com pintura, busco
trazer à luz a releitura de ícones tradicionais da pintura clássica, como El Grecco, para o
mundo contemporâneo. Quero reimprimir uma nova leitura das imagens, tão
rapidamente descartadas no mundo de hoje”.
Artista: Loreni Schenkel
Curador: Lourenço de Bem.
Evento: Transmutação - Exposição individual de pinturas e esculturas
Local: Café Savana, 116 Norte, Bloco A, Loja 4, Brasília/DF.
Vernissage: 7 de abril, às 19 horas
Classificação etária: Livre
Entrada: Franca
Exposição: Aberta ao público
Período de exposição aberta ao público: 7 a 26 de abril, nos horários de
funcionamento do café.
Designer, fotos, textos e Assessoria de Imprensa: Renata Coli (9161-8838)
Informações: (61) 8403 9262 - (61) 8303 9262 - E-mail:
loreniartista@gmail.com - lorenit.com
Telefone do Café Savana: (61) 3347-9403.