Dentro de 5 dias começa o II Encontro da Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil em Fortaleza, Ceará. Rinaldo Morelli, membro do Conselho de Administração da RPCFB, conversa com o portal da Rede sobre alguns temas que norteiam este II Congresso, como a consolidação da Rede e a construção da imagem do Brasil.
1. Como participante do primeiro e agora também do segundo Congresso, como você vê o papel que a Rede desempenhou nesses primeiros anos de existência?
A Rede atuou significativamente para que o Estado enxergue de fato o setor fotográfico, em seus vários meandros e camadas, como um segmento forte e significativo na economia da cultura.
2. Quais as suas expectativas para esse segundo Encontro?
O alcance de uma melhor integração, troca de experiências e projetos entre as regiões. Como uma das maiores preocupações para este Encontro, desejo avanços reais neste sentido. Esta deveria ser uma preocupação constante de todos os integrantes da Rede.
3. Além da consolidação da identidade da Rede e maior integração entre as regiões, este segundo Encontro também procura discutir como o Brasil vai utilizar a imagem/auto-representação neste período de grande exposição internacional. Como você vê essas pautas?
Acho o tema de suma importância. Porém penso que o debate não se esgotará neste encontro, precisamos pensar um formato, ou ferramentas, para que a discussão continue aberta, para contribuições de todos os cantos, e finalização democrática da visão da Rede sobre este assunto.
4. O Ministério da Cultura acaba de anunciar o cancelamento das Arenas Culturais durante a Copa, onde a Rede havia proposto colaboração na elaboração de projetos. Com esta notícia, como você vê as ações possíveis que a Rede pode realizar na construção da imagem do país durante os próximos grandes eventos esportivos de 2014 e 2016?
Precisamos propor um novo formato onde possamos estar presentes nos eventos esportivos, sempre referenciando nossa rica cultura, com uma visão plural de temas e representações regionais.
5. Como você o papel a ser desempenhado pela Rede nos próximos anos?
Estamos dando passos importantes para a consolidação da Rede e do reconhecimento da fotografia como segmento fundamental na economia e no universo das artes. Porém, sinto falta de projetos e posturas específicas, dentro da Rede, para uma troca mais eficiente de trabalhos, projetos e contribuições das várias regiões e estados, porque todos temos a ganhar com esta postura.
Outra aspecto importante é que as grandes decisões sejam construídas com a participação de representantes de todas as regiões. No caso de grandes temas, como verbas e editais específicos para a fotografia, por exemplo, devem ser pensados e discutidos levando em consideração as especifidades de segmentos dentro da fotografia, mas também, e principalmente, as peculiaridades e necessidades de cada região.Fonte:http://rpcfb.com.br
Rinaldo Morelli é fotógrafo, professor e produtor cultural. Mestre em Arte e Tecnologia pela Universidade de Brasília, UnB. Em 1987 participou da produção da I Semana de Fotografia de Brasília, realizada pelo Centro de Pesquisa Fotográfica do CEUB (CPFC). Em 1989 foi Subcoordenador de Fotografia do II Festival Latino-Americano de Arte e Cultura (II FLAAC). Um dos fundadores do grupo de fotógrafos Ladrões de Alma, em 2008 foi um dos idealizadores do projeto Por Que Eu Fotografo?, evento que procurou promover a reflexão sobre e fotografia e levar exposições fotográficas para as ruas de Brasília. Em 2009 foi um dos fundadores e primeiro presidente da AFOTO-Associação de Fotógrafos de Brasília. Atualmente é repórter-fotográfico e membro do Conselho Curador de Cultura da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).