A NAVE 508: ESPAÇO DOS INSISTENCIALISTAS por Udson Fabio Boassalli

08/09/2021 17:34

 A NAVE 508: ESPAÇO DOS INSISTENCIALISTAS

Ao falar sobre a construção da cultura artística de Brasília, um ponto que merece todo um capítulo, ou melhor, um livro, é o Espaço Cultural 508 Sul.
Com uma trajetória que se inicia nos idos anos 70, o Teatro ficou conhecido por ser um caldeirão fervilhante de produções artísticas.
Para reconstituir essa história e imortalizá-la nas páginas de seu livro, Suyan de Mattos entrevistou 53 pessoas, que se dispuseram a narrar sobre o que aconteceu durante o período.  Dessa forma, o local voltou à vida, pelas palavras de quem mais o conheceu de perto.
São narrativas que cobrem o período de 1975 (com a estreia da peça “O homem que enganou o diabo e ainda pediu troco”) à 1986 (com seu fechamento), divididas em 3 partes: inicia com a história do Teatro Galpão, passa pela trajetória do Teatro Galpãozinho e encerra com o Centro de Criatividade. 
Convidamos Suyan Mattos para um bate-papo muito agradável sobre como se deu o nascimento de sua obra, veja!
Suyan, fala pra gente, como foi que surgiu a ideia de imortalizar em um livro, a história do Centro de Criatividade?
Bem, na verdade a ideia surgiu entre uma conversa pelo Facebook, com TT Catalão. Estávamos comentando em uma postagem, à qual não me lembro nesse momento (provavelmente algo a respeito da cultura de Brasília) e o assunto sobre o Galpão e o Galpãozinho surgiu!
Aí o TT caiu falando, escreveu legal e eu disse: poxa TT, bora escrever um livro!
E ele disse: Bora!
Passou-se algumas semanas e eu entrei em contato novamente para dizer que estava me organizando para sentar e escrever, que já tinha um cronograma de entrevistas, etc. 
E perguntei como o faríamos a 4 mãos, mas ele disse: não! Eu não vou escrever nada! Você é jovem, bola pra frente!
E eu segui. Foram 5 anos até o término do livro e uma pesquisa muito intensa. Minha ideia inicial era fazer um livro onde todos estivessem sentados em uma grande mesa no Beirute, local que tanto frequentávamos. Mas o resultado final ficou confuso, pois teria que ser uma escritora, o que não sou, sou artista plástica (rsrsrs) como me fizeram perceber dois amigos meus, a Valéria Cabral e o Markus Avaloni. 
Eu tive que ir atrás de uma revisora, lógico, e chamei a Kuka Escorteguy, revisora e organizadora de texto, para a missão e ela decidiu fazer por partes. Cheguei a chamá-la para dividir os créditos, mas ela declinou, pois, a concepção que eu criei para o livro não seria como ela escreveria...    
Foi inspirador ver tantas pessoas relembrando suas experiências dentro do espaço? Fala para gente um pouco como foram as entrevistas!
Bem, fiz o cronograma de pessoas que queria entrevistar, aí, falando com o Macarrão (Markus Avaloni), sugeriu: Poxa Su, vamos fazer um livro seguido de vídeos com os depoimentos? Eu disse: “super! vamo bora!”. Fizemos juntos, 11 vídeos, só que o Macarrão se envolveu com outros projetos e teve que parar. E eu segui fazendo as entrevistas via áudio e e-mail. 
Udson, foi muito bom! Foi muito interessante e divertido! Foi maravilhoso conhecer determinados artistas pessoalmente, além do fato de outros já serem meus amigos. Porém, essa fase foi muito complicada para mim, pois sou surda e tive grande dificuldade em alguns aspectos. 
Na verdade, o meio do livro é que foi cansativo, por problemas técnicos em que eu dependia de muita gente. Agradeço imensamente a ajuda ao Celso Araújo e a Kuka Escorteguy, assim como ao Cleber Cardoso Xavier, que fez todas as artes do livro, tratou as fotos, etc!
O início foi fabuloso, o primeiro e segundo ano foi divertidíssimo, pois eu estava em contato com essas pessoas, pesquisando sobre a contracultura que surgia após o fim da ditadura e a expectativa com a democracia!  
O livro tem uma tiragem inicial de 1.000 cópias, onde será lançado?
Será lançado dia de 10 de setembro, no Beirute da 109 sul, de 19h às 21h. Aguardamos todos vocês lá!
Tem alguma mensagem, aviso, informação que gostaria de dividir com os leitores do Jornal Olho de Águia? 
Então, é muito complicado, para mim, opinar sobre esse espaço hoje. Mas eu adoraria ver um artista na direção. Independente da área (músico, ator, artista plástico, etc) e um administrador, pois ambos se completariam, trazendo o melhor para todos nós, artísticas e público!
 

FICHA TÉCNICA:

"A NAVE 508: ESPAÇO DOS INSISTENCIALISTAS"
Autoria e Coordenação geral: Suyan de Mattos
Organização de texto e coedição: Kuka Escosteguy
Revisão de texto: Palco y Letras
Elaboração do projeto, Gestão e Produção executiva: Marcia Gomes e Hugo Gomes pela GC Incentivem Produções Culturais
Projeto gráfico, diagramação e Web Design: Cleber Cardoso Xavier
Produção de vídeo: Markus Avaloni
Decupagem: Leci Augusto

LANÇAMENTO "A NAVE 508: ESPAÇO DE INSISTENCIALISTAS"

Local: Beirute Bar e Restaurante – CLS 109
Data: 10 de setembro de 2021
Horário: 19h às 21h
Preço do exemplar: R$ 40,00*
*À venda na Banca da Conceição (308 sul) e na Livraria do Chiquinho (Minhocão da UnB)

Em 24/08/2021

Fonte: Gioconda Caputo - Objeto Sim Projetos CulturaisPode ser uma imagem em preto e branco de 1 pessoa e área internaPode ser uma imagem de 5 pessoas, pessoas tocando instrumentos musicais, pessoas em pé e área interna

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