Uma das exposições é Farida, um Conto Sírio, de autoria de Mauricio Lima, representado no Brasil pela DOC Galeria, que ganhou o Prêmio Pulitzer em 2016 com o ensaio da migração de refugiados do Oriente Médio rumo à Europa. Mauricio Lima é o primeiro brasileiro a receber este importante reconhecimento administrado pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, que este ano completa 101 anos e é outorgado a pessoas que realizam trabalhos de excelência nas áreas da literatura, composição musical, jornalismo e fotografia.
A edição de 2017 do Maio Fotografia também apresenta a exposição Revista Camera – A fotografia dos séculos XIX e XX, mostra que surgiu a partir da coleção do fotógrafo Allan Porter, editor da cultuada revista suíça Camera, uma das mais importantes publicações do mundo da fotografia.FONTE:http://docfoto.com.br
A fotografia produzida em smartphones ou celulares integra a programação do Maio Fotografia com três exposições que ocuparão o Espaço Expositivo 2º Andar e o Foyer do Auditório LABMIS. Avessos e paradigmas reúne quatro decanos da fotografia brasileira, Penna Prearo, German Lorca, Maureen Bisiliat e Nair Benedito para uma produção de mobgrafias que abraça a inovação.
O coletivo internacional Hikari Creative, formado por premiados fotógrafos internacionais, integra a mostra com suas produções com smartphones com a exposição A arte da observação urbana e o Festival Latino-Americano de Mobgrafias (FLAMOB) apresenta as fotografias premiadas em seis categorias.
O Maio Fotografia ainda traz a mostra Passagens da inocência de Giullia Paulinelli, uma das artistas selecionadas pelo programa Nova Fotografia 2017, espaço do MIS dedicado a fotógrafos promissores. Completa a programação uma curadoria especial com acervo do próprio museu, intitulada Caçador e construtor, que tem entre seus destaques obras de Cristiano Mascaro, Arnaldo Pappalardo, Fernando Natalici e Gal Oppido.
A seguir mais informações sobre cada uma das exposições do Maio Fotografia no MIS 2017.
Farida, um Conto Sírio | Mauricio Lima
O Espaço Redondo do Museu é ocupado pela exposição Farida, um Conto Sírio, do fotógrafo Mauricio Lima, que acompanhou por seis meses em 2015 a longa jornada de migração de refugiados do Oriente Médio rumo a Europa. O título da mostra, que conta com curadoria da alemã Elisabeth Biondi, alude ao nome do bebê que nasceu em Karlstad, interior da Suécia, após todas as dificuldades físicas e emocionais que seus pais ─ que representam os mais de cinco milhões de refugiados sírios ─ foram obrigados a enfrentar por mais de 50 dias durante a travessia, ocasionada pela guerra em seu país. Este ensaio sobre os refugiados em busca de asilo na Europa rendeu a Mauricio Lima o Prêmio Pulitzer em 2016, tornando-o o único cidadão brasileiro a receber esse prestigioso reconhecimento.
Desde a invasão norte-americana do Iraque, em 2003, Mauricio Lima vem documentando o êxodo e as consequências de povos afetados por conflitos. Em 2015, ele passou 38 dias entre o norte da Síria e o Iraque, depois visitou as principais fronteiras que os refugiados usam para fugir: Turquia, Grécia, Bulgária, Macedônia, Sérvia, Croácia e Hungria; e os destinos ou rotas: Áustria, Alemanha, Suécia e Noruega. Passou entre uma e duas semanas em cada lugar, no total de seis meses. As fotos de Mauricio iluminam a montanha-russa emocional por que os refugiados passam em sua jornada pelo desconhecido, na esperança de encontrar um lugar para viver com dignidade e respeito.
Enquanto documentava a saga dos refugiados, Mauricio percebeu que devia humanizar o acontecimento catastrófico e quis se aproximar de uma família e fotografar suas provações árduas até o exílio. Ele se conectou com a família Majid, que dormia em uma barraca em uma praça de Belgrado, na Sérvia. Durante 29 dias, o fotógrafo compartilhou da vida deles, os perigos e as dificuldades para ir da Sérvia à Suécia. “Com suas imagens, Mauricio Lima dá a nós, espectadores, a oportunidade de compartilhar visual e intimamente os altos e baixos da viagem da família em busca de asilo”, diz a curadora Elisabeth Biondi.
A exposição, que apresenta 30 imagens, é co-realizada pelo MIS e pela DOC Galeria|Escritório de Fotografia.