Como já havíamos falado, Mauricio Lima vem construindo uma brilhante carreira internacional e colecionando importantes prêmios como as mais recentes menções: finalista do Pulitzer Prize, fotógrafo do ano no Pictures of the Year Latin America [POYLATAM] e pela revista TIME, vencedor no Bayeux-Calvados des Correspondantes de Guerre, para citar alguns. O prêmio que faltava veio esta semana. Atrasado, mas chegou para consagrar mais ainda uma rara carreira dentro da fotografia brasileira. “Pelo menos, desde 2009 que o World Press Photo erra feio em não premiar o trabalho de Mauricio Lima. As suas reportagens na Líbia e Afeganistão, só para citar dois casos, são de uma potência absurda”, escreve hoje o jornalista e editor Alexandre Belém na sua página no FB.
Mas ele veio, e esta semana o World Press Photo divulgou seus vencedores: Mauricio Lima aparece duas vezes com destaque na lista dos premiados. O WPP, senão o mais importante, é um dos mais prestigiados prêmios de fotografia do mundo. Uma espécie de Oscar da fotografia documental e do fotojornalismo, ramo da fotografia que acompanha as grande mudanças do planeta. Mauricio foi o vencedor na categoria “General News” com a imagem de um médico cuidando das queimaduras de um combatente de 16 anos do Estado Islâmico. A foto foi feita nos arredores de Hasaka, na Síria. A outra fotografia premiada mostra crianças de uma tribo Munduruku saltando no rio Tapajós, Pará. Esta, eleita a 2ª melhor foto na categoria “Daily Life”.
Foram nada menos que 82.951 fotos avaliadas pelo júri e 5.775 fotógrafos inscritos. As inscrições vieram de 128 países diferentes. A “foto do ano” é do fotógrafo freelance Warren Richardson e mostra um pai em fuga com seu bebê, que aparece entre arames farpados na fronteira de Hungria e Sérvia.
De Pernambuco, onde realiza um novo trabalho, Mauricio falou com a DOC: “Recebi a notícia por mensagens de texto vindas de amigos queridos, em sequência, enquanto fotografava dentro de um hospital. A foto do combatente ferido me dá um dúbio sentimento. Ao mesmo tempo que compartilho a angústia e a dor do povo sírio que tem o seu país devastado irresponsavelmente, me sinto gratificado pelo reconhecimento que a magnitude da instituição possui. É uma sensação estranha, no mínimo”, diz o fotógrafo representado pela DOC Galeria. Viva Mauricio!
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