Channi Anand, Mukhtar Khan e Dar Yasin da Associated Press
Por imagens impressionantes capturadas durante um blecaute de comunicações na Caxemira, retratando a vida no território contestado enquanto a Índia o despojava de sua semi-autonomia.Acesse:https://www.pulitzer.org/winners/channi-anand-mukhtar-khan-and-dar-yasin-associated-press
Cerimônia virtual premiou coberturas de conflitos na Ásia e críticas ao governo americano; jornalismo regional também teve destaque
Foto: Reprodução/Pulitzer Prize
Considerada a maior honraria do jornalismo, o prêmio Pulitzer anunciou seus ganhadores em uma cerimônia virtual nesta segunda-feira (4).
Inicialmente marcado para o dia 20 de abril, o evento foi adiado pela banca de administração depois que alguns de seus membros pediram mais tempo para deliberar sobre os premiados em meio à cobertura do novo coronavírus.
Em seu discurso antes de revelar os ganhadores, a chefe da banca julgadora do prêmio, Dana Canedy, relembrou que, curiosamente, o Pulitzer foi realizado pela primeira vez menos de um ano antes do surto de Gripe Espanhola, em 1917, e concluiu que o anúncio de 2020 se dá em tempos também “extremamente desafiadores”.
Além do anúncio virtual inédito, este também foi o primeiro ano da categoria Reportagem em Áudio entre os premiados com o Pulitzer.
Até mesmo podcasts, formato recente na história jornalística, eram elegíveis para o prêmio, mas a primeira vitória ficou para o programa de rádio This American Life, transmitido em diversas rádios dos Estados Unidos sob apresentação das jornalistas Molly O'Toole, do The Los Angels Times, e Emily Green, da Vice News.
Outro destaque do Pulitzer, as categorias fotográficas premiaram duas coberturas de conflitos por autonomia na Ásia. A equipe da Reuters ganhou o prêmio de fotografia de Breaking News pela cobertura dos protestos em Hong Kong contra o governo chinês.
Já os fotojornalistas Channi Anand, Mukhtar Khan e Dar Yasin, da Associated Press, foram premiados na categoria fotografia não-factual por sua cobertura das consequências do conflito na Caxemira Indiana após a administração da Índia ampliar ainda mais seu controle sobre a região.
Entre as categorias de texto, se destacaram os prêmios de Reportagem Explicativa para a equipe do The Washington Post, por suas matérias sobre os efeitos da mudança de temperatura no planeta, e o de Melhor Crônica para Ben Taub, do The New Yorker, que contou a história de um detento torturado por uma década na prisão de Guantánamo, alvo de mudanças recentemente, durante a gestão do ex-presidente americano Barack Obama.
A The New Yorker também levou um Pulitzer de Charge Política, por seus desenhos ironizando o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua equipe, com autoria do artista Barry Blitt.
O prêmio Pulitzer é anual e dividido em 21 categorias. Em vinte delas, o ganhador recebe um prêmio de dez mil dólares em dinheiro e um certificado. Apenas o vencedor na categoria Serviço Público de Jornalismo ganha a famosa medalha de ouro que leva o rosto do criador do evento, o jornalista húngaro Joseph Pulitzer.
Esta categoria é sempre destinada a jornais, não a indivíduos, mesmo que o autor da reportagem indicada seja citado.
Esse ano, com amplo destaque para veículos regionais, os premiados foram o jornal Anchorage Daily, que tem o site de notícias mais lido do Alasca, em conjunto com a organização ProPublica, por sua denúncia sobre falta de proteção policial em um terço das vilas no estado.
Apenas matérias e fotografias publicadas por jornais nos Estados Unidos são elegíveis para o Pulitzer. A festa de celebração a seus ganhadores, geralmente realizada na Universidade de Columbia, em Nova York, também foi adiada para o segundo semestre. Confira a lista completa de premiados no site da premiação.