Exposição: Fragmentos de Utopias.De Nick Elmoor,Max Simon e Patrícia El-moor.Abertura: 12 de abril de 2018 - 19 horas Visitação: até 10 de junho Local: Museu dos Correios em Brasília - 3ª andar

09/04/2018 11:00

 O termo Utopia foi criado pelo inglês Thomas More para intitular um romance

filosófico em 1516. Para compor a palavra, Thomas More juntou duas palavras
gregas: "ου" (não) e "τοπος" (lugar). Na interpretação literal da palavra, utopia
representa um lugar que não existe na realidade. Em outros termos, poderíamos
dizer que quando falamos de utopias, estamos nos remetendo ao fato de que
existem alternativas ao que está instituído. Sem a utopia, seria difícil acreditar que
as coisas podem ser mudadas, que seria possível escolher outros caminhos.
A percepção de que é possível pensarmos outros mundos e outras realidades foi a
mola propulsora da exposição Fragmentos de Utopias, o primeiro dos
desdobramentos de um conjunto de atividades mais amplas idealizadas por Nick
Elmoor e Patrícia El-moor, iniciadas em suas distintas experiências profissionais (na
fotografia e na sociologia, respectivamente), e que nos últimos anos confluíram em
direção a um projeto comum.
Nesta exposição, as imagens são pontes entre dois mundos, ambos carregados de
significados, uma vez que se trata de monumentos e cidades outrora declarados
patrimônios da humanidade pela Unesco e que trazem à tona discussões
importantes sobre suas reais contribuições culturais, artísticas e históricas.
Córdoba, Sevilha e Granada, outrora chamadas de Qurṭuba, Ishbiliya e Gharnāṭah,
foram testemunhas de um período conhecido como al-Andalus e que se estendeu
por quase 8 séculos na Península Ibérica. Em seus tempos áureos, a civilização do
al-Andalus tornou-se conhecida pelo intercâmbio cultural e religioso sem
precedentes, que irradiou uma personalidade própria tanto para o Ocidente quanto
para o Oriente.
Há séculos esta região carrega em si fragmentos de uma era utópica, exemplo de
um esplendor onde diversas religiões, povos e culturas teriam convivido de forma
próspera e inspiradora, ainda que reconheçamos as contradições intrínsecas a este
período.
Utopia não muito diferente permeia a história de Brasília, cidade que em 1883
apareceu em sonho a Dom Bosco, fundador da Ordem dos Salesianos, que assim
previu o nascimento de uma civilização rica e próspera entre os paralelos 15° e 20°,
exatamente onde capital federal brasileira encontra-se situada. Dentre os pontos de
contato que Brasília possui com uma parte significativa de grandes monumentos
andaluzes declarados patrimônios da humanidade, estão os fragmentos utópicos
que colocam a capital federal num patamar de perfeição, e que, mesmo diante de
suas contradições, segue permeando o imaginário de quem nela vive e quem a ela
visita.
São exatamente tais estilhaços de perfeição que a fazem aproximar-se da região sul
da Espanha, que em outras épocas também experimentou fama semelhante,
 
mesmo que no plano real não seja uma sociedade isenta de conflitos e
incongruências.
Este movimento no tempo e no espaço conta ainda com um ilustre viajante – Max
Simon – alemão que que recomeçou sua vida na Argentina fugindo do Nazismo,
repórter fotográfico visitou Brasília algumas vezes, após sua inauguração e,
posteriormente, apaixonado pela Andaluzia, a escolheu como seu lar, registrou
imagens emocionantes de ambas as utopias, merecendo, assim, a lembrança de
seu legado, através de fotografias inéditas.
 
A primeira etapa desse projeto que trata a fotografia como instrumento de
aproximação de diferentes culturas e épocas, promovendo debates, difusão de
informações e conhecimentos, foi toda realizada com recursos de seus idealizadores
e o apoio de algumas instituições parceiras, que acreditaram na proposta. A
exposição inicialmente foi concebida para contar com 36 fotos, porém, seus
curadores consideraram impossível jogar com a questão do tempo e das viagens
fazendo uso de um número tão reduzido de imagens para mostrar locais tão
monumentais.
Neste sentido, entendendo que o mínimo necessário para esta empreitada seriam
76 fotos, apostaram numa espécie de “crowdfunding ao inverso”, ou seja, arcaram
com o orçamento extrapolado e convidam todos os que se apaixonarem pelo
projeto a colaborar e assim darem prosseguimento aos próximos passos dessa
jornada não tão utópica. Todos os quadros da mostra, farão parte de um leilão
virtual, com lances iniciais abaixo dos preços de custo de produção. Assim no dia do
encerramento, os apoiadores poderão levar para casa um fragmento também.
Existem muitas outras formas de prestigiar e apoiar o projeto, que em breve será
transformado num livro e em um documentário. Uma delas é conferir de perto a
experiência de unir a Capital Federal e a Andaluzia, propondo reflexões sobre sua
história, sua monumentalidade e sobre possíveis intersecções.
 
Serviço
Abertura: 12 de abril de 2018 - 19 horas
Visitação: até 10 de junho
Local: Museu dos Correios em Brasília - 3ª andar
Setor Comercial Sul Q. 4 Bloco A Edifício Apollo - Asa Sul, Brasília - DF, 70304-915
Horários: O Museu recebe visitantes de terça a sexta, das 10h às 19h, Sábado,
domingos e feriados das 14h às 18h.
Contatos: Patricia El-moor - 61 981127635
Nick Elmoor - 61 999787800
 
Para acompanhar as novidades sobre Fragmentos de Utopias, curta a fan page no
Facebook www.facebook.com/fragmentosdeutopias.
 
Max Simon
 
Max Simon nasceu em 1925 em Stettin, Alemanha. Com 13 anos, deixou o seu país,
que se via dominado pelo nazismo, para ir com sua família rumo à Argentina, onde
tentaria uma nova vida. Fez parte da equipe de fotógrafos da Associated Press em
Buenos Aires, onde mais tarde foi nomeado chefe de departamento de fotografia
para a América do Sul. Já em 1975 foi enviado a Frankfurt, onde ocupou o posto de
diretor chefe para Europa. Viajou por todo o mundo durante 40 anos, quase sempre
à trabalho, levando consigo sua câmera fotográfica. O Brasil tornou-se um dos seus
países favoritos, e aqui trabalhou em diversas ocasiões e em distintas cidades.
Esteve em Brasília algumas vezes. Na primeira viagem, em 1961, Max Simon ficou
surpreendido com a cidade de arquitetura rompedora e transgressora, erguida no
meio da natureza brasileira, o que lhe pareceu uma verdadeira utopia, pois
questionava como tudo aquilo seria possível. Em seus últimos anos de vida,
apaixonou-se por Sevilha, capital da Andaluzia, onde, junto com sua filha Elisa
Simon, descobriu os encantos da região e sua história. Para ele, a Mesquita de
Córdoba era simplesmente fascinante. Sua filha conta com emoção sobre o impacto
que lhe causou poder caminhar entre as colunas daquela construção omíada, pelos
mesmos lugares onde passaram grandes califas.
 
Nick Elmoor
Adotado por Brasília nos anos 70. Apesar de sua formação acadêmica (Jornalismo e
Audio-Visual pela Universidade de Brasília e Scuola per la Fotografia di Moda di
Firenze), Nick se considera um autodidata. Aos doze anos, ganhou uma Kodak
Instamatic 33 e rapidamente quis conhecer e estudar o processo fotográfico. Ainda
adolescente, adquiriu grande controle técnico. Paralelamente, dedicou-se ao apuro
estético e à exploração de possibilidades artísticas.
Fotografando profissionalmente há 35 anos, foi um dos poucos responsáveis pelo
registro da explosão do rock brasiliense, nos anos oitenta. Fotógrafo publicitário
desde 1988, Nick já fotografou e morou em Brasília, São Paulo, Israel, Itália e
Canadá. Há vinte e dois anos é, também, o fotógrafo oficial da cia de comédia Os
Melhores do Mundo. Lecionou fotografia na UnB, recebeu diversos prêmios e
realizou inúmeras mostras. Atualmente, além da fotografia publicidatária, dedica a
maior parte do seu tempo a projetos pessoais no Brasil, Portugal, Espanha e
Canadá.
 
Patrícia El-moor
Pesquisadora formada em sociologia pela Universidade de Brasília, com mestrado e
doutorado na área de cultura pela mesma instituição. Desde 2010 dedica-se à
investigação sobre a presença árabe na cultura brasileira, pautando-se, para isso,
em duas vias de influência: aquela chamada herança ibérica, marcada pela vinda de
portugueses e espanhóis para a América e a chegada de imigrantes árabes, em sua
maioria sírios e libaneses, no Brasil a partir da segunda metade do século XIX.
Também é professora de dança flamenca, além de uma das proprietárias da Oficina
Flamenca, escola de dança que desde 1998 dedica-se a promover e a difundir a
cultura flamenca e da Andaluzia no DF. Há 7 anos administra o site e a página no
Facebook Presença Árabe no Brasil, que atualmente conta com mais de 18 mil
seguidores.
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