Fonte:http://www.antoniomiranda.com.br. acesse:https://www.youtube.com/watch?v=frRgYMTTN94
ÁDYLA MACIEL
Ádyla Maciel nasceu em 1994 em Planaltina (DF). É desenhista, estudante de letras e amante das artes. Autora do livro Idílio - miscigenação poética, publicado no site Clube de Autores.
VOZ: POESIA FALADA. Coordenação e organização Adyla Maciel. Brasília, DF: Verbis editora, 2016. 124 p. 14x21 cm. Antologia, inclui os poetas Ádyla Maciel, Carlos Araujo, Chico Nogueira, Donne Pitalurgh, Ismar Lemes, João Bosco, Jorge Amâncio, Lilia Diniz, Menezes y Moraes, Nanda Pimenta, Nicolas Behr, Noélia Ribeiro, Sabrina Falcão, Vandereli Costa, Vicente Sá.
ANAL – FÉ - BATISMO
Tem dias que eu não escrevo
Tem dias que eu escravo.
Encaro as palavras
Encravo um livro.
Eu não quero um ISBN.
Eu quero algo que risque.
Uma folha de papel Higiênico...
Um graveto e um pedaço de praia.
Eu quero fazer tinta de vaidade.
E preencher uma pena.
Eu quero um vidro embaçado
E um dedo afiado.
Eu quero autografar meu verso
Com a minha digital.
E que o analfabetismo
Nunca perca o lirismo.
Eu não sei escrever.
Mas eu sei fazê meu nomi.
DURMO COM OS CRÍTICOS
Reescrevo-me no chão que me pisa
Sentada num piso de madeira
Lembro da árvore que subi
Deitada no colo de Camões
Desconstruo a literatura
E a essa altura
Minha coragem é fantasma
Meu fantasma é fantástico
Como dói saber que estou só-bria.
Minha cama de casal
É o oceano
Eu sou o barco sem gente.
Já fui árvore.
Já fui semente
Restam-me os seus céus
ESP-HERANÇA
O que nos acende e o que nos apaga
São os nossos desejos e ideologias
Ninguém está preparado pra nascer
Ninguém conhece o real segredo
Do mistério indecifrável de nossa existência.
Existe uma lei natural e inatingível
Mas se nesse momento você tiver audição
Pare e ouça o assovio do vento
É o cosmo paquerando sua vibração
Pega aquela concha antiga
Pega aquela concha e põe perto do ouvido
E Escuta o barulho do mar
O barulho do mar não é um barulho
É um código, um dialeto.
Como as cordas vocais dos elefantes
Comunique-se com o sol, com o vento
Dance com as árvores
Seja o que você quiser !
E quando sua carne apodrecer e desaparecer
Feito um gambá atropelado na estrada
Entregue sua caixinha de segredos para a humanidade
Lições, um punhado de amor, um legado de poesia e paz
Quando morreres não se esqueça de ser eterno
Eternize suas ideias influencie gerações
Como Drummond e Dumont voe em sua própria criação
Comunique-se com as ondas,
porque até a morte tem algo a nos dizer.
Veja também:
https://www.youtube.com/watch?v=rw7-fhgo4DM
Página publicada em julho de 2016