Fujifilm X100: a câmara que a Leica queria ser
Na Leica deve haver muita gente a respirar de alívio, por a Fujifilm ter decidido dotar/limitar a sua X100 a uma objectiva fixa. Se este novo aparelho de ar retro tivesse uma baioneta capaz de aceitar outras objectivas ou objectivas da família Leica, a Leica bem que podia ficar MUITO preocupada.
Mas mesmo como as coisas estão, basta passar um olhar pelos fóruns de apreciadores de Leica e coisas simulares para se perceber que a X100 mexeu com muitos corações e vai, mesmo se o preço esperado é elevado, mexer com muitas bolsas.
Numa viagem pelas palavras dos apreciadores lêem-se coisas como “grande esforço da Fujifilm. Eu deitaria a minha X1 fora (um grande falhanço em muitos aspectos) se não fosse por uma única coisa: o tamanho. A X1 cabe confortavelmente num bolso das calças...”
É evidente que é um pouco como querer comparar maçãs com laranjas, mas a verdade é que a tónica é a mesma em todos os comentários. Há quem arrisque mesmo dizer que “é uma câmara melhor do que a X1 em todos os aspectos” e até quem, com a autoridade de quem possui uma M9, uma Leica MP e uma Epson R-D1 afirme que os comandos da X100 são aquilo que a M9 e a X1 deviam ter.
Valentin Sama, o especialista espanhol que mantém o sítio na Internet DSLR Magazine – que invejo pela quantidade de anúncios que consegue ter, algo inaudito por estas bandas – escreveu em Setembro passado, após ter experimentado um protótipo da Fujifilm X100, que os comandos são mais firmes do que os da X1 e que o visor tem a limpidez habitual nos visores da série M da Leica... E de um outro comentador lê-se que “está é a X1 que a Leica devia ter construído...”
A Fujifilm não é uma novata na produção de modelos com este ar, como a Fotodigital já mostrou anteriormente, pelo que a X100 representa uma evolução na continuidade... com alguns grãos de inovação. E é sobre esses grãos que a marca agora deu mais explicações, adiantando mais informação sobre o visor híbrido que reúne o melhor de dois mundos: visão óptica e informação electrónica. Um sítio na Internet explica detalhadamente as funcionalidades, melhor do que linhas e linhas de texto. Vá espreitar as imagens e legendas. http://www.finepix-x100.com/
Apesar de parecer um aparelho de telémetro, a Fujifilm X100 não usa esse sistema de focagem. A marca anunciou que o aparelho tem três modos de focagem, activados através de um botão do lado esquerdo do corpo. “Com a focagem manual, a rotação do anel no barril da objectiva ajusta a distância, com uma escala usada como referência e a opção de verificar o foco no visor electrónico.”
A opção de fazer RAW é acedida attavés de um outro botão que permite seleccionar JPEG ou JPEG e RAW, com processamento imediato deste último na câmara. Se considerarmos que na família de DSLR da Fujifilm destinada a profissionais o JPEG é considerado tão bom que dispensa, praticamente, o recurso ao RAW, talvez a X100 siga o mesmo percurso.
A presença de um sensor APS-C que difere do que é habitual na Fujifilm, ao deixar de lado o recente sensor EXR, trocado por um CMOS, pode ser um sinal mais para acreditar em JPEGs ao jeito das DSLR da marca. E a Fujifilm afirma que esta escolha fazia todo o sentido porque os sensores EXR foram concebidos para compactas, onde a sua dimensão pequena recomenda o uso das características EXR, mas que isso não se justifica na X100, cujo sensor foi concebido para funcionar em pleno com o processador EXR de bordo e a objectiva Fujinon de 23mm f/2.
Com 12.3 milhões de pixéis, o sensor APS-C da X100 é a solução ideal para profissionais em busca de um aparelho pequeno, utilizável quando uma reflex não é aconselhável ou prática, mas que necessitam de garantir qualidade. É essa a promessa deste aparelho, que além de tirar fotos faz vídeo a 720p a 24fps, com som estéreo. E que na boa tradição dos aparelhos modernos dá ao utilizador uma forma rápida de acesso a um elemento essencial da fotografia moderna: um botão para mudar rapidamente a sensibilidade ISO. Porque mesmo uma compacta para usar em baixos níveis de luz terá alturas em que dará melhores resultados se “puxarmos” o filme...
Fonte_ Foto Digital(Portugal)