Obrigada, Jul!!!!!!!!!! Comi, bebi, ri, chorei, dancei, beijei, encontrei amigos, trabalhei... foi s? prazer.(Beatrice Martins)Foto: Mary Baleeiro

16/12/2015 13:15

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Amigas e amigos, foram 10 anos de cineclube - cinema e boemia - somos o maior cineclube em atividade no país, palco de musica independente mais diverso da cidade, as encontros, seminarios, oficinas de diversos movmentos sociais, um carinho enorme por quem atua na defesa dos direitos humanos, foram tantos festivais, tantas festas, musica eletronica, musica autoral, poesia visceral, tanto intercambio. Ping.pong, anos de capoeira angola da melhor, arte urbana, fotografia, intervenções, desfiles, biblioteca autogestionada, chorinho, dub, reggae, jazz, samba e forró... tanto talento... tantos prazeres,tanta antena pirata e cultura livre, cultura alimentar genuinamente brazuca, alimentos organicos, agricultura familiar... e o fenomenal carnaval !!! Ah, por toda fartura, por todo mel, por cada encontro e aprendizado. Nesta linda tarde de primavera nos abrimos pra um novo ciclo e nossas atividades estão encerradas ! Agradeço a cada pessoa que construiu junto este sonho, nossa equipe-familia cabulosa de tantas vitorias neste dia-a-dia, noite-a-noite; a geração festiva, brilhante, deliciosa que compos a programação nossa, ao meu filho João pelo reconhecimento, as estrelas, a madrugada companheira, ao povo da rua, ao nascer do sol. A esta cidade contraditória e visceral, meu leite e meus ovulos, está feito, plantado, ofertado, regado, tombado. Agradeço a força de ter parido tanta prosperidade, bondade, justiça, alegrias... E nasce em mim uma nova consciencia que precisa ancorar ...abri o Balaio aos 26 anos, agora aos 36 anos me entrego a minha integridade e plenitude. E ao meus orixás que me guiam ! E ainda vou escrever uma carta ao governador sobre a completa ausencia de dialogo, ao boicote - nos excluiram de varios eventos, assim como impediram varios artistas de atuarem em nossa casa, aos ataques e ameaças em telefonemas, cartas, reunioes, a minha sexualidade ser motivo para nos interditarem, minha religiao motivo para me processarem, minha insistencia motivo para covardia. Foi nesta gestão que fomos brutalmente atacados por bombas, gas, leis inconstitucionais e toda sorte de intolerâncias. E nossa resposta sempre e foi e sempre será beijos, risos, tambores, bailados e todo prazer !!!! Agradeço especialmente as mulheres que sonham e lutam, ao movimento feminista do DF, as minhas irmas - amigas, a toda rede de cuidados, cuidadoras e cuidadores, muita cura e gratidão por terem me conduzido neste mergulho ...de parir e partir...afinal esta é a primeira noite do resto de nossas vidas ! Saravá ! Encerramos nossas atividades neste 20.12.2015 !!! E a certeza de missão cumprida !

Jul Pagul ( Balaio Cafe)

Henrique Rocha

Perder o Balaio é um sinal terrível de como o poder público pode, ainda nos dias de hoje, ser repressor, e do quanto a cultura é vista - em seu mais simples exercício cotidiano! - com preconceito.

Triste demais observar a BURRISSE de inviabilizar o exercício artístico em meio a uma crise política e econômica, como o governo Rollemberg tem feito em diversas ações:

1. Repressão institucional violenta e de asfixia econômica contra entes culturais da cidade;

2. Ataque ao FAC, com assaltos consecutivos ao Fundo;

3. Sucateamento da Secretaria de Cultura, que hoje sobrevive de forma deplorável sem orçamento algum e com menos da metade do pessoal necessário;

4. Criminalização política dos processos ligados à cultura, utilizando de uma falsa realidade para justificar a contenção total de recursos de emendas parlamentares direcionadas para a área;

5. Indiferença pertubadora com relação à manutenção dos espaços culturais do DF, mantendo fechados ao longo do ano a grande maioria deles ou funcionando de forma precária;

Temos que agir ou vamos ser dizimados. O Baláio é o primeiro, agora novos alvos ganharão atenção especial: pode ser eu, pode ser você, melhor não darmos mole.

 

Beatrice Martins 

Obrigada, Jul!!!!!!!!!!
Comi, bebi, ri, chorei, dancei, beijei, recebi amigos, trabalhei... foi só prazer.
Admiro você!!! Conte comigo 

 

Maria Cláudia Canto Cabral 

Das maiores tristezas do ano é saber do fechamento do Balaio Café. Espaço de encontros, reflexões, alegria e prazer, o Balaio fez parte da história de muitas lutas e movimentos sociais brasileiros e sulamericanos. AJul Pagul foi a voz de muitxs de nós, feministas, das LGBTs, e de tantas outras minorias, tendo a coragem de enfrentar a caretice cafona de parte dos brasilienses. O Balaio foi responsável pela ressureição de um bom carnaval em Brasília (o oficial é uma merda!!!! perdoem o‪#‎MomentoMalévola‬, mas cabe aqui e muito!). Sinto muitíssimo o fechamento, Jul Pagul desse palco lindo de tantas histórias e emoções. Aliás, das melhores foi o lançamento do livro de contos do Leo Sakamoto... Entre tantos outros. Quantas tortinhas de limão, cafés, almoços e barriguinhas de freira... Quantos sambas e forrozinhos, quantas paqueras... Enfim... Segue teu caminho lindo, Jul Pagul, porque nem GDF, nem cafonice conseguirão apagar tua luz!

 

João Pedro Martins 

Soube do fechamento ontem pela manhã e, na sequência, falando com aJul Pagul deixei minha gratidão e meus braços abertos aos futuros projetos.

Quem me conhece sabe como o Balaio foi importante para a minha adaptação em Brasília durante os últimos anos. Sorri bastante, chorei por oras, comemorei de aniversários às conquistas - e os estresses - de trabalho do dia a dia, amei - depois descobri que era cilada -, vivi a copa do mundo mais cheia de farra da vida, tive a honra de contar com o atendimento pronto e carinhoso da Joana Monteiro e cia, ri e desabafei com a amiga ambulante de toda quinta-feira, Rita, fui pai emprestado dos filhotes amados da Drica Veloso, resisti.

Resistimos com garra (e botando a cachola pra funcionar) sobre temas importantes, como política, direitos LGBT, feminismo etc em um espaço que fomentou a troca, o diálogo e, sobretudo, o respeito à diversidade cultural.
Fechar um espaço de cultura é uma das coisas mais tristes que existem e, assim como o post do Quadrado, desejo que a energia do Balaio se espalhe em outros velhos e novos lugares.

Valeu, Balaio Café! Valeu, Jul Pagul! Adelante!

 

 

Filipe Vasconcelos Vianna

E agora, Brasila?!

Quero expressar todo meu respeito e admiração pela Jul Pagul e pelo legado do Balaio Café. Num momento de tanta coisa incerta, era certo de que ao chegar no Balaio você não seria reprimido pelo jeito que você anda, pela cor de sua pele ou pela sexualidade do seu parceiro. Pelo menos não pela casa, né? Já pelos seus vizinhos... isso é outra história muito mais grave.

Era certo também que você encontraria uma programação de qualidade, plural, que englobava uma infinidade de culturas, estilos, e ritmos, como um espelho dessa cidade erguida por imigrantes e de sotaque misto, difícil de saber exatamente de onde vem, por que de alguma forma, tem nele mesmo todos os sotaques brasileiros.

Tenho orgulho de ter me apresentado diversas vezes nessa casa. De ter participado dessa história de alguma maneira... Agradeço todas as vezes que seu restaurante deu apoio e nos alimentou em produções de mostras de cinema e outros projetos que precisavam de um lugar para receber visitantes. Agradeço acima de tudo pelo sorriso da Jul e seus braços sempre abertos para nos acolher e ajudar com qualquer que fosse o nosso "delírio" cultural do momento...

Queria escrever um texto celebrando os 10 pulsantes anos do Balaio e não uma elegia. Mesmo assim, com toda adversidade, abre-se espaço para novas oportunidades. Espero que o legado e a história do Balaio Café sirva de inspiração para que brotem novos espaços de liberdade de pensamento e celebração da vida, impedindo que nossa querida cidade fique à mercê da mediocridade cultural e pobreza de espírito.

Viva o Balaio! Que sua resistência nos inspire ainda por muitos e muitos anos...

 

Carol Cunha

Triste demais. Acompanhei o nascimento do Balaio Café. Ao longo do tempo ele se tornou o lugar mais interessante, pulsante e vivo de Brasília. Para comparar com Sampa, seria um misto de Matilha Cultural, Espaço Zé Presidente, Sesc Pompeia, Mundo Pensante e Mercearia São Pedro. Um lugar aberto para a diversidade e novas ideias. Mais do que um estabelecimento, o Balaio foi uma causa. E Jú, a ponta de lança de tudo isso, uma verdadeira ativista cultural, com coerência no discurso, uma capacidade de mobilização surpreendente, ideias inovadoras e uma energia sem limites. Valeu Jul Pagul 

 

Mayra Cotta De Souza

Essa é a última foto que tirei no Balaio, em maio deste ano. Na época, a luta para manter o espaço aberto já estava exigindo da Jul uma energia sobre-humana que só quem tem alma de feiticeira como ela é capaz de aguentar. Obrigada por ter resistido tanto tempo! Foi lindo! E foi eterno enquanto durou. O Balaio ficará guardadinho com todas nós como um espaço incrível de trocas, de existência e resistência e de festa.

Emoticon heart

Emoticon wink

 

Carlinha Alves 

Quanta luta em Jul Pagul? Um lugar de acolhimento, que proporcionou alegrias, respeito, risos, festas.... somos o casal balaio eu e Luciano de Sános conhecemos no aconchego do balaio que além de nos proporcionar amor, carinho e trabalho, também nos proporcionou 5 anos de união. a Jul Pagul, nos ensinou que entre dono e empregado existe respeito e parceria e que tudo vira amizade, nos enxerga como seres humanos completos, respeitando toda e qualquer diferença, uma GUERREIRA. Com o coração apertado e os olhos molhados ofereço minha gratidão e todas as energias positivas pra te apoiar, conte conosco pro que precisar, estamos juntas.

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