'Morreu em mart?rio pela liberdade', diz pai de jornalista James Foley morto na S?ria.Foto: AFP

Sequestrado h? 2 anos, James Foley foi degolado por jihadistas. Obama diz que mundo est? chocado com morte de jornalista.

23/08/2014 19:18

O pai do jornalista americano decapitado por jihadistas na Síria falou pela primeira vez aos jornalistas depois da divulgação do vídeo da morte de seu filho, e considerou nesta quarta-feira (20) que James Foley havia morrido em um "martírio pela liberdade" e não merecia ser "massacrado".

 

 Falando em frente a sua casa em Rochester (New Hampshire, no nordeste dos Estados Unidos) o pai de James Foley, decapitado por jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, disse que seu filho permaneceu "valente até o fim".

"Tudo isto não faz sentido", declarou John. "A maneira como ele morreu é horrível. Testemunha a sua coragem. Acreditamos que ele morreu como um mártir, em martírio pela liberdade."

"Era a sua paixão. Ele não era louco. Ele era motivado pelo que acreditava ser o seu dever", acrescentou John Foley sobre o mais velho de seus quatro filhos, que havia sido sequestrado pela primeira vez na Líbia, em 2011, e depois no final de 2012, na Síria.

Com a voz entrecortada, John afirmou que as últimas palavras de seu filho, foram: "Eu gostaria de ter mais tempo para ver minha família".

"Nós sabemos que Jimmy está livre, e que está agora nas mãos de Deus", declarou.

Imagem do vídeo divulgado na internet que mostra a suposta decapitação de Jame Foley (Foto: Reprodução/Archive.org)Imagem do vídeo divulgado na internet que mostra
a suposta decapitação de Jame Foley
(Foto: Reprodução/Archive.org)

James Foley, de 40 anos, que trabalhava para o site de notícias GlobalPost e para a Agence France-Presse, foi decapitado por jihadistas do Estado Islâmico. Sua execução, cometida por um homem mascarado com sotaque britânico, foi postado terça-feira na internet.

A Casa Branca e o FBI confirmaram nesta quarta-feira a autenticidade do vídeo.

O presidente americano, Barack Obama, declarou que o mundo inteiro está chocado com a execução do jornalista. "Nenhum Deus justo apoiaria o que eles fizeram ontem", disse Obama sobre a decapitação de Foley pelo EI, mostrada em um vídeo divulgado pelo grupo.

A polícia britânica lembrou nesta quarta que assistir ao vídeo da decapitação de Foley pode constituir um crime. O mesmo texto afirma que a polícia investiga o conteúdo do vídeo, depois de vários indícios que mostram que o jihadista que realiza a decapitação é um britânico, por seu sotaque e gírias.

No mesmo vídeo, o Estado Islâmico ameaça executar outro refém americano, Steven Sotloff, em resposta aos ataques aéreos dos Estados Unidos contra posições do grupo no norte do Iraque.

Resgate
O Pentágono anunciou nesta quarta que forças dos Estados Unidos fizeram "recentemente" uma operação para resgatar os reféns americanos em poder do Estado Islâmico na Síria, mas fracassaram.

"No início deste verão (hemisfério norte), o presidente (Barack Obama) deu luz verde a uma operação destinada a resgatar cidadãos americanos sequestrados e detidos pelo Estado Islâmico na Síria", explica a Presidência americana em um comunicado.

Essa operação falhou "porque os reféns não estavam presentes" no local indicado pela inteligência americana, revelou o Pentágono.

Nem a Casa Branca nem o Pentágono indicaram a identidade ou o número de reféns que os militares tentaram resgatar na operação.

 

A execução brutal do jornalista norte-americano James Foley pelo grupo extremista Estado Islâmico chocou a opinião pública mundial. Mas as autoridades britânicas têm uma preocupação a mais: o jihadista que decapitou o repórter fala inglês com sotaque londrino no vídeo divulgado na terça-feira (19) pelos radicais.

 

O impacto na opinião pública se deu tanto pela decapitação, cujo vídeo foi divulgado na internet, quanto pela suspeita da identidade do assassino, que pode ser britânico. O jihadista mascarado e vestido de preto que aparece ao lado do repórter norte-americano James Foley fala inglês com sotaque de Londres.

No material intitulado “Mensagem à América”, divulgado há dois dias na internet, o extremista declara, em inglês britânico: “Vocês não estão mais lutando contra uma insurgência. Somos um Exército Islâmico."

Diante da suspeita da nacionalidade britânica do autor da morte de Foley, o primeiro-ministro, David Cameron, anunciou nesta manhã que antecipou o retorno das férias. Ele voltou ontem para Londres a fim de se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Philip Hammond, com integrantes do ministério do Interior e com os serviços de segurança britânicos.

Conversão de britânicos a vertentes radicais

O sotaque do extremista alertou os serviços de inteligência da Grã-Bretanha, que tentam, agora, identificar o terrorista. A possibilidade de que o jihadista que cometeu a bárbara execução seja britânico também reabriu o debate sobre a conversão de jovens do Reino Unido a vertentes radicais do islamismo.

Segundo as autoridades da Grã-Bretanha, entre 400 e 500 jovens partiram para a Síria e para o Iraque nos últimos anos a fim de combater ao lado de jihadistas. Neste ano, a polícia britânica prendeu 69 pessoas suspeitas de terem ido para a Síria integrar diversos grupos terroristas.

Especialistas dizem que muitos desses jovens são convertidos a vertentes radicais do islamismo na prisão ou se aventuram em combates no Oriente Médio após aliciamento em redes sociais.

“Temos um grande número de pessoas que se convertem e se integram a grupos radicais na prisão, além de membros da comunidade muçulmana afetados pelos acontecimentos no Oriente Médio e que se sentem oprimidos pelos governos ocidentais”, avalia o especialista em ideologia terrorista Afzal Ashraf, do instituto de pesquisa londrino Rusi.

No mês passado, o britânico Muhammad Hamidur Rahman, de 25 anos, morreu na Síria combatendo pelo Estado Islâmico. O jovem, de origem indiana, era supervisor de vendas de uma das lojas Primark, e foi o segundo da cidade de Portsmouth, no sul da Inglaterra, a morrer pela jihad ("guerra santa") na Síria. Em dezembro do ano passado, Iftekhar Jaman, de 23 anos, teve o mesmo destino.Fonte: AFP

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