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Agentes da Agefis passaram por cinco casas na QL 12 do Lago Sul. Foram derrubados parapeitos, grades e cercas-vivas, e aterrou-se uma piscina. Operação continua a partir das 9 horas de terça-feira (25)
Atualizado em 24 de agosto de 2015, às 18h29
No primeiro dia de desocupação da orla do Lago Paranoá, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) passou por cinco casas na QL 12 do Lago Sul. Depois de serem derrubados parapeitos, grades e cercas-vivas em quatro terrenos pela manhã, uma piscina foi aterrada e um muro começou a ser derrubado à tarde. Os trabalhos serão retomados na terça-feira (25), a partir das 9 horas, com a sexta das 37 residências previstas nesta primeira etapa no Lago Sul, ainda sem data para terminar.
Segundo a presidente da Agefis, Bruna Pinheiro, com o início das operações, a expectativa é que os próprios moradores comecem a retirar equipamentos que invadam área pública. A medida, acredita Bruna, dará agilidade aos trabalhos. "O balanço desse primeiro dia de desocupação foi positivo, sem nenhum tipo de confronto ou resistência."
EtapasA ação está dividida em quatro etapas e contará com a participação de diversos órgãos do governo. A primeira inclui 47 lotes das QL 12 do Lago Sul e QL 2 do Lago Norte — quadras com menor grau de dificuldade para serem desocupadas, porque estão parcialmente desobstruídas.
Estão sendo retirados muros, cercas, portões, alambrados e qualquer material que esteja em área pública e impeça a circulação e a chegada à margem. A ordem para deixar a faixa acessível a todos veio de uma sentença judicial de 2011, provocada por uma ação civil pública ajuizada em 2005 pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Píeres, gazebos, quadras esportivas e outros equipamentos construídos por moradores na faixa de 30 metros serão mantidos e tornados públicos até que o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e a Secretaria de Gestão do Território e Habitação concluam o plano de uso e de recuperação da área. Não serão alvo de remoção terrenos devidamente escriturados dentro da área de preservação permanente e lotes da União e de embaixadas. Os 80 quilômetros da orla deverão estar livres em dois anos.
Ampliação do parqueO governo de Brasília ampliou a área do Parque Ecológico Península Sul de 14.436 para 19.937 hectares por meio de Decreto nº 36.689, de 21 de agosto de 2015, publicado hoje no Diário Oficial do Distrito Federal. A reserva passa a interligar o Pontão do Lago Sul e o Parque Vivencial do Anfiteatro Natural do Lago Sul. "A operação nos permitiu aumentar a poligonal porque retirará de solo público cercamentos privados e tudo que tiver construído nela será retomado pelo governo, independentemente de estar a 30 metros da margem ou não", explica a presidente do Instituto Brasília Ambiental, Jane Vilas Bôas. O texto divulgado nesta segunda-feira altera o Decreto nº 24.214, de 2003, e transfere para o instituto a responsabilidade de manter e fiscalizar a área. Antes, essa competência era da Administração Regional do Lago Sul.
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