--RELICÁRIO OLHOS D’ÁGUA
LANÇAMENTO E EXPOSIÇÃO E CAIXA-LIVRO GALERIA OLHO DE ÁGUIA
De 15 a 29 de maio
O artista plástico Zé Nobre expõe cartazes feitos para a Feira do Troca de Olhos d’Água, Goiás, a 100 km de Brasília e lança caixa com reproduções dos cartazes na Galeria Olho de Águia, Taguatinga
O artista plástico brasiliense Zé Nobre chegou no Distrito de Olhos d’Água, no Município de Alexânia (GO) em sua juventude, a convite da então sua professora de segundo grau no
Colégio Pré-Universitário, a artista plástica Laís Aderne, também docente no Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB). Foi ela quem, juntamente com Armando Faria, então professor de Literatura na UnB, fundou a feira que hoje é nacionalmente conhecida e já tem 41 anos e mais de 80 edições.
Ao chegar pela primeira vez àquela vila em que o tempo parecia não correr mais, Zé Nobre somente três horas foi o tempo suficiente “para ser arrebatado para sempre”.
Com o objetivo era resgatar a cultura local, principalmente a do artesanato, e dar melhor condição de vida aos que ainda ali residiam, Laís Aderne organizou a primeira Feira do Troca, em 1974.
O advento de Brasília e a conseqüente construção da rodovia que liga capital a Goiânia, o povoado sofrei um processo de desmantelamento que, de município, virou distrito da noite para o dia.
A debandada foi geral. Casas foram destruídas para que seus materiais fossem usados na construção do novo município, Alexânia. Quem ficou viveu às mínguas. A chegada de Laís
Aderne e Armando Faria mudaria a realidade de Olhos d’Água. Com eles, muitos foram os artistas e jornalistas empenhados em recuperar a autoestima e o valor de um povo.
Entre eles, Zé Nobre, que logo passou a criar por conta própria os cartazes para o evento, em um total de 22. Destes, 15 estão no Relicário Olhos d’Água, uma caixa montada com o objetivo de preservar e de resguarda a memória e a história de um povo e de uma ação: a criação e a manutenção da Feira do Troca. Juntamente com os 15 postais, com originais impressos em serigrafia, no formato 66 x 48 cm, estão também duas gravuras e um pequeno livro contando a história do distrito e do começo da feira, além de causos por lá escutados naquela época inicial. A caixa foi produzida com duas capas, reprodução de duas gravuras do artista.
A coleção de cartazes de Zé Nobre para a feira está em acervos do Museu Nacional do
Folclore, no Rio de Janeiro, e no Acervo Público de Brasília, entre outros de universidades federais. A série foi premiada no Salão Design, em Milão, na Itália, em 1998.Vídeo-documentário
Durante a exposição serão expostos 15 cartazes e as duas gravuras, e exibido um vídeo-documentário produzido por Zé Nobre com personagens do distrito, como Fatinha e seu Vicente dos Passarinhos, e com alguns daqueles que lá estiveram no começo de tudo, como TT Catalão e Vladimir Carvalho, que, em 1974, gravou lá, com as fiandeiras, o filme Mutirão, e Armando Faria, que até hoje mora na pequena cidade de Olhos d’Água, que continua reduto de brasilienses, de artistas, de jornalistas e todos aqueles que busca ainda um recanto de paz.
Exposição Relicário Olhos d’Água
Galeria Olho de Águia
De 15 a 29 de maio
Abertura, com lançamento da caixa Relicário Olhos d’Água: dia 18, às 19h
Contatos:
Zé Nobre
(61) 9983.5486
(61) 9218.7700
www.ateliedapalvra.co
zenobre.com.br