PRÊMIO FUNARTE KLAUSS VIANNA DE DANÇA 2013
Título do espetáculo | ANDROGYNE – Sagração do Fogo
Nome da companhia | Taanteatro Companhia
SINOPSE | ANDROGYNE aborda de forma poética o tema da identidade sexual, questiona
tabus e contemporâneas Inquisições de Gênero. Ao conceber a androginia como manifestação
ética, a obra distingue-se por uma meticulosa pesquisa corporal e evidencia as dimensões
erótica e sagrada do corpo andrógino. Transborda as fronteiras de gênero e das linguagens
cênicas promovendo um pas des deux entre dança real e virtual, onde corpo e imagem se
fundem na criação de um corpo multimídia. ANDROGYNE é a mais recente produção da
Taanteatro Companhia e foi contemplada com o Prêmio APCA 2013, o Prêmio Denilto Gomes
2013 e o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013.
Classificação etária | 12 anos
Duração | 60 minutos
SERVIÇO |de 04 a 07/09/2014 às 20h30 - Teatro SESC Garagem – R$ 20,00 (inteira) e R$
10,00 (meia) + "Pensamentos em Performance" debate com o artista convidado Diego
Azambuja onde apresentaremos/lançaremos também nosso mais recente livro: Taanteatro -
MAE Mandala de Energia Corporal (ver http://www.taanteatro.com/publicacoes) dia 06/09
(sábado) após o espetáculo. Informações: (61) 3445-4415/4420
Assista ao Vídeo: http://vimeo.com/89790561
FICHA TÉCNICA COMPLETA
Direção Coreográfica e Supervisão Geral | Maura Baiocchi
Concepção, Coreografia e Interpretação| Alda Maria Abreu
Composição musical | Gustavo Lemos
Vídeo Mapping e Iluminação | Eduardo Alves
Instalação Cenográfica | Wolfgang Pannek
Concepção, Roteiro, Textos e Performance em Vídeo | Alda Maria Abreu
Direção de vídeo | Gabriel Bogossian
Fotografia e Edição | Paulo Bueno
Supervisão de Roteiro e Performance em Vídeo | Maura Baiocchi
Arte gráfica| Hiro Okita
Produção | Wolfgang Pannek e Alda Maria Abreu
Contatos da produção: taanteatro@hotmail.com / 011 9.99095060 ou 011 9.81510389
RELEASE COMPLETO |
ANDROGYNE é resultado da trajetória de Alda Maria Abreu junto à Taanteatro
Companhia. Ao longo dos últimos 4 anos, a artista dedicou sua pesquisa e criação à
verticalização dos processos didático-criativos do teatro coreográfico de tensões. Neste
período, realizou assistência e monitoria nas oficinas de Introdução ao Taanteatro e participou
como dançarina, assistente de direção e coreografia dos espetáculos RIT.U (2010), Máquina
Hamlet fisted (2011) e Danças [Im]puras (2012) - projetos fomentados pela 7a e 11a Edições
do Fomento à Dança da Cidade de São Paulo. Em setembro de 2013 este estreito diálogo com
a abordagem taanteatro e os desafios poéticos e coreográficos acerca das temáticas corpo/
cultura, corpo/identidade e corpo/linguagem ganharam vida com a estreia de ANDROGYNE –
sagração do fogo.
Recebido com êxito pelo público paulistano, principalmente por trazer à tona de forma
poética polêmicas discussões de gênero que tangenciam as dimensões erótica e sagrada do
corpo. Contemplado pelo Prêmio da Cooperativa Paulista de Dança/Denilto Gomes 2013 na
categoria “Domínio de Movimento”, pelo Prêmio APCA de Dança 2013 na categoria “Bailarina
Revelação” e pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013 o espetáculo chamou atenção
da crítica e da classe artística de forma muito positiva.
ANDROGYNE investe na difusão de uma pesquisa coreográfica de consistente
trajetória, além de apresentar ao público uma encenação multimídia que aborda a temática da
identidade sexual por meio da concretude energética e coreográfica do corpo andrógino.
Diante das contemporâneas Inquisições de Gênero, ANDROGYNE subverte o significado
clássico da androginia – unidade e perfeição espiritual – ao convocar a despolarização dos
gêneros como manifestação ética do corpo.
A constante tensão entre atualidade e atemporalidade das polêmicas sociais e dos
tabus morais que a temática envolve, levou a pesquisa da encenação ao encontro com Joana
d’Arc, personagem andrógina histórica. Durante a obra, face a face com o tribunal do fogo
e do falo, contrariando os relatos históricos e literários dedicados à vida de Joana d’Arc,
ANDROGYNE sagra o fogo ao tomar de assalto a concretude andrógina do corpo nu sob as
chamas – seu tremor incendiário.
O tema Andrógino sugere múltiplas abordagens, tanto sobre questões relativas às
transformações históricas do ocidente, quanto a questões claramente contemporâneas. A
Androginia é um tema extemporâneo. Destacando a contemporaneidade deste tema, e de
seus desdobramentos acerca da identidade e orientação sexual, é possível acompanhar na
mídia nacional e internacional uma ampla rede de notícias diretamente relacionadas com
o tema proposto pelo espetáculo, como por exemplo: a intolerância aos homossexuais na
Rússia, a prisão das ativistas feministas do grupo Pussy Riot, as manifestações contra a “Cura
Gay” no Brasil, a criação do Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina
em países africanos e do Oriente Médio, a legislação do casamento gay na França, entre
outras.
Tendo como pano de fundo este cenário político e cultural, com uma proposta
estética engajada perante estas discussões acerca da identidade sexual e das reverberações
deste tema na sociopolítica brasileira e mundial, o espetáculo ANDROGYNE dialoga com
as problemáticas do seu tempo, abrindo perspectivas para a dança como meio de reflexão
poético-política e como modo de interação entre corpo, sociedade, cultura e pensamento.
Sob o ponto de vista formal, a obra também dialoga com seu tempo apresentando
características que tangenciam o hibridismo característico do fazer contemporâneo, ao
utilizar-se de tecnologias da dança, das artes visuais e da eletroacústica na composição de suas
coreografias, vídeos e trilha sonora.
As coreografias ao vivo são compostas por Danças-Objeto, promovendo no corpo da
dançarina três metamorfoses: do corpo-OVO, ao corpo-FOGO, culminando no corpo-CINZAS.
Corpo este que, ao longo do espetáculo, testemunha uma experiência extra-dogmática do
Sagrado, pautada na imanência do corpo andrógino. As Danças-Objeto de ANDROGYNE
transbordam fronteiras de linguagem e de gênero na encenação do insondável enigma
de viver para além dos limites da própria identidade.
Os videotrípticos capturados em meio à natureza conferem ao trabalho uma dimen
são ecoperformática. Já as imagens de estúdio, tingidas de uma atmosfera onírica e surreal,
colocam em xeque nossas certezas demasiado humanas sobre gênero e identidade ao
materializar em cena os inquisidores e sua sentença. A concepção dos dois vídeotrípticos que
compõem a obra promove um pas des deux entre dança real e virtual, onde corpo e imagem
se fundem na criação de um corpo multimídia. A trilha sonora do espetáculo, concebida em
intenso diálogo com a criação coreográfica, propõe ao público uma polifonia eletroacústica
que permeia toda encenação.
A importância de expandir o debate sobre gênero e sexualidade, estabelecendo
diálogo estético com novos públicos acerca de temáticas e tabus ainda tão presentes na
sociedade brasileira une-se aqui com o desejo da Taanteatro Companhia de estabelecer
interações estéticas com um público mais amplo, criando redes de diálogo artístico para além
das fronteiras materiais e imateriais da linguagem.
CURRÍCULO RESUMIDO (Direção e Elenco)
MAURA BAIOCCHI - Diretora-fundadora da Taanteatro Companhia. Encenadora e coreógrafa.
Criadora da abordagem taanteatro (teatro coreográfico de tensões). Pioneira da dança
Butoh no Brasil. Mestre em comunicação e semiótica pela PUC São Paulo. Autora dos livros
Butoh Dança Veredas D'Alma (Editora Palas Athena, São Paulo, 1995) e Taanteatro: teatro
coreográfico de tensões (Azougue Editorial, Rio de Janeiro, 2007) e co-autora de Taanteatro
– Rito de passagem e Taanteatro – Mandala de Energia (Transcultura, SP, 2011 e 2013).
Carreira internacional na Alemanha, Argentina, Estados Unidos, França, Inglaterra, Japão e
Moçambique.
ALDA MARIA ABREU - Dançarina/performer, produtora cultural e arte educadora.
Bacharel em Artes Cênicas pela UNICAMP e Mestre em Psicologia Clínica na PUC/SP. Integra
a Taanteatro Companhia desde 2010. Premiada pelo trabalho realizado no espetáculo
ANDROGYNE – sagração do fogo na categoria “Domínio de Movimento” pelo Prêmio Denilto
Gomes de Dança 2013, na categoria “Bailarina Revelação” pelo Prêmio APCA de Dança 2013
e pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013. É integrante da Taanteatro Companhia
desde 2010, artista-orientadora no Programa Vocacional da SMC de São Paulo e professora-
pesquisadora do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica da UFBA – Universidade
Federal da Bahia.