A exposição reúne imagens e matérias da principal revista ilustrada brasileira do século XX e, a partir das obras apresentadas, propõe uma reflexão sobre o conceito de fotojornalismo. A mostra tem como fio condutor a relação entre as imagens produzidas pelos fotógrafos e as fotorreportagens tal como foram publicadas, dando enfoque às décadas de 1940 e 1950, período de maior atividade e difusão da revista.
Realizada pelo Instituto Moreira Salles e a Fundação Clóvis Salgado, a exposição tem curadoria da professora e curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP, Helouise Costa, e de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do instituto Moreira Salles.Fonte:http://fcs.mg.gov.br/
A revista O Cruzeiro e o Fotojornalismo
Publicada pelos Diários Associados, empresa pertencente a Assis Chateaubriand, a revista O Cruzeiro foi lançada em 1928 como uma publicação semanal de variedades, de circulação nacional, e tornou-se um dos mais influentes veículos de comunicação de massa que o país já conheceu. No início da década de 1940, incorporou o modelo da fotorreportagem, tornando-se pioneira na implantação do fotojornalismo no Brasil.
Para compor a mostra, o fotojornalismo foi considerado pelos curadores uma forma de representação social historicamente determinada e, portanto, em constante transformação. Um fenômeno ativo da vida social, conformador de visões de mundo e orientador das atitudes de indivíduos. No caso de O Cruzeiro, a exposição busca entender o seu papel social nos anos de 1940 e 1950 no Brasil. O questionamento do papel social do fotojornalismo e dos limites éticos de atuação dos profissionais da área tornou-se possível no Brasil a partir do término da Segunda Guerra, do fim do Estado Novo em 1945 e da abertura política daí decorrente. O advento de um fotojornalismo mais ágil e participativo, em contraposição ao encenado praticado por Jean Manzon, ganharia força na revista O Cruzeiro, a partir de então, pelo empenho de fotógrafos como José Medeiros, Luciano Carneiro, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto e Eugênio Silva. A saída de Jean Manzon da revista em 1951 iria contribuir para consolidar essa nova orientação. No lugar de uma fotografia posada e essencialmente simbólica, impunha-se agora uma fotografia mais espontânea, baseada nos princípios da veracidade. Tratava-se de uma mudança de paradigma, cujas causas não se encontram na fotografia, nem muito menos na mídia, mas no investimento coletivo da sociedade brasileira em se reconhecer ou não em determinados tipos de representação.
EVENTO
As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre ‘O Cruzeiro’ (1940 – 1960)
DATA
De 11 de Setembro, Quarta a 17 de Novembro, Domingo
HORÁRIO
Terça a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 16h às 21h
LOCAL
Centro de Arte Contemporânea e Fotografia
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA
Livre
INFORMAÇÕES PARA O PÚBLICO
Balcão de Informações: (31) 3236-7400 / Programa Educativo em Artes Visuais: (31) 3236-7471