Panorama positivo para o jornalismo investigativo. por Aline Sales e Dyelle Menezes - foto :Ivaldo Cavalcante

06/07/2011 11:50

Panorama positivo para o jornalismo investigativo
Aline Sales e Dyelle Menezes
Do Contas Abertas

“Acredito e sou otimista sobre o futuro do jornalismo investigativo. A ideia de que não haverá lugar para este tipo de jornalismo não me convence”, a afirmação é de Rosental Calmon Alves, professor brasileiro da Universidade do Texas em Austin, proferida na última atividade do 6° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.

O jornalista foi o homenageado do evento que recebeu mais de 800 participantes, entre jornalistas e estudantes, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Rosental afirmou ainda que, diante das novas mídias e plataformas, nunca foi melhor ser ou querer ser jornalista do que hoje. “Os jovens estudantes de jornalismo são protagonistas da invenção de um mundo novo. São capazes de inovar, aproveitar as novas tecnologias da comunicação, o que só vai ajudar o jornalismo investigativo”.

O congresso, que terminou neste sábado, teve como palestra de encerramento o tema: “O futuro do jornalismo investigativo – desafios e ameaças”. Além de Rosental, estiveram presentes os jornalistas Joshua Benton (Nieman Lab – Harvard), David Donald (Center for Public Integrity), Brant Houston (Investigative News Network) e Bill Alison (Sunlight Fundation), todos estudiosos no tema. O presidente da Abraji, Fernando Rodrigues, coordenou a mesa.

Antes do encerramento, os participantes tiveram oportunidade de escutar palestras de profissionais de diferentes áreas do jornalismo. Entre eles estavam a jornalista Marta Salomon, do Estado de S.Paulo, e Matheus Leitão, que falaram de bastidores da cobertura política feita em Brasília.

(Palestra – Marta Salomon)      (Palestra – Matheus Leitão)

A Copa do Mundo também foi destaque, com a presença do colaborador do Contas Abertas, José Cruz, que debateu com o jornalista Mauro Cezar Pereira, do canal fechado ESPN. Ambos mostraram números relativos à organização de grandes eventos no Brasil, desde o Panamericano de 2007, até os das obras da Copa do Mundo de 2014. O inglês Andrew Jennings, conhecido pelos documentários sobre as propinas ligadas aos dirigentes da FIFA, descreveu as rotinas produtivas das investigações no meio esportivo.

Mesmo com a irreverência que marca o programa Custe o que Custar (CQC), o apresentador Marcelo Tas debateu as diferenças de relacionamento com a mídia nos governos de Lula e Dilma. “No governo Lula foram poucas entrevistas, com baixo nível de transparência. Dilma se mostra mais preparada, forte e culta para enfrentar entrevistas coletivas sem combinação, é outro estilo”, afirma Tas.

Na área econômica o destaque deste sábado ficou por conta da palestra de Miriam Leitão. A comentarista da TV Globo discutiu os desafios da cobertura econômica do atual governo, principalmente por terem passado apenas 6 meses da nova gestão. Acredita que o jornalismo econômico deve ficar atento aos temas de sustentabilidade ambiental e aos megaeventos esportivos (Copa-2014 e Olimpíadas-2016) que o Brasil sediará.

“A transparência do governo em relação aos temas formarão a fronteira da qualidade da democracia brasileira. Os jornalistas preparados para fiscalizar os gastos públicos constroem mecanismos e ferramentas necessários para o controle social”, ressaltou Leitão.

O Contas Abertas participou de todas as seis edições do congresso da Abraji, realizando curso de 6h de fiscalização de gastos públicos. Neste ano participaram 48 jornalistas de 13 diferentes estados.

Fonte: Contas Abertas.

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