A nova ZL está envolta em números: 02, 02, 22, 40, 45, 17, 133381, 53, 60, 2016, 89, 1958…
A ZL número dois, nasce no mês dois, de 2022, lembrando de uma grande guerra, de rapaz de 17 anos que fugiu de Auschwitz, em seu braço 133381, o Brasil foi seu destino em 53, em Brasília estava em 60, onde fotografou sua inauguração e um Prêmio Esso ganhou. Raymond Frajmund só deixou Brasília em 2016, quando faleceu aos 89 anos, deixando eternizada uma importante parte da história da cidade e a lembrança de seu sorriso gentil.
E 1958? Nesse ano, Raymond participou como cinegrafista e fotógrafo de uma pouco conhecida “jornada etnológica e artística” no Rio Negro, junto ao modernista Flávio de Carvalho, das atrizes Eva Harms, Olga Walewska e outros personagens interessantes. O longa metragem “Deusa Branca” nunca foi terminado, segundo jornais da época, em vários momentos Flávio abandonou a racionalidade criando um clima tenso, onde tiros foram disparados a esmo e muita confusão aconteceu. Mas, Frajmund estava lá para fotografar e isso ele fez magistralmente. O jornalista Norberto Esteves, que cobriu a expedição para o Última Hora, publicou em dezembro daquele ano: “Indios choravam na despedida de Raymond … sua extraordinária simpatia pessoal logo atraiu os índios e os cativou”.
Dessa aventura nasceu a nova ZL.
Afinal, criamos a ZL para:
Pesquisar no passado, valorizar o presente, promover o futuro dos diversos olhares fotográficos.
Trazer à tona trabalhos esquecidos, apagados ou não devidamente reconhecidos.
Encontrar meios independentes de produzir e distribuir bens culturais, onde o público é co-responsável pela sua existência e distribuição, tendo a coragem de existir num mundo onde questões financeiras tendem a determinar a existência de produtos culturais.
Pensar no coletivo, mas valorizando o indivíduo.
Estar atenta e aberta para a ajustar seus próprios passos e objetivos.
ZL é sorriso, ZL é fotografia, é pastel com caldo de cana, é IPA gelada, é beijo debaixo do bloco, é banho de cachoeira, ZL é tapioca com sakê…