Ciranda do Nordeste é reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil

Considerada uma express ão cultural democrática e de divertimento coletivo, a manifestação recebeu o título em reuni ão do Conselho

14/09/2021 19:00

 Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) da Ciranda: Encontro de Ciranda. Foto: Paulo Maia (Ferreiros-PE)/Acervo Iphan

ACiranda do Nordeste foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil. A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira (31) em reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. A partir de agora, o Brasil tem, em sua lista, 50 bens registrados como patrimônio imaterial.

A Ciranda do Nordeste é uma manifestação cultural que une música e poesia para embalar uma dança de roda, elemento central de sua expressão.  Possui singularidades estéticas, poéticas e musicais que a diferenciam de outras modalidades de Ciranda praticadas no Brasil, como o baile popular de Paraty.

Ciranda do Nordeste 2“Com mais um registro, reconhecemos a relevância da Ciranda do Nordeste em âmbito nacional, na medida em que aporta elementos importantes para a memória, identidade e grupos formadores da sociedade brasileira”, declarou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “Os saberes, modos de fazer e valores dessa expressão coletiva estão sendo constantemente reiterados, transformados e atualizados, o que constitui uma tradição vital enquanto canal de expressão e fortalecimento de laços de pertencimento”, completou.

Durante a 97ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão colegiado composto por representantes de instituições públicas e privadas, bem como por representantes da sociedade civil, foi apresentado parecer do pedido de registro da Ciranda do Nordeste. Por unanimidade, o conselho decidiu pelo reconhecimento do bem como Patrimônio Cultural do Brasil, sendo inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão

Ciranda do Nordeste

A ciranda do Nordeste é uma forma de expressão que une música, poesia e dança de roda, e é vivenciada como um modo coletivo de celebrar a vida, sem distinções pessoais, delimitações e temporalidades rígidas. A Ciranda está rodeada de significados que envolvem o balanço do mar, os ciclos da vida e as brincadeiras de criança. A dança é um elemento central para vivenciar a Ciranda e, em geral, acontece com os dançantes dando as mãos em um círculo fechado e dançando em uma única direção.

Existem variações de passos complexos, porém o mais importante no cirandar não é a dificuldade dos passos, mas a simplicidade e a união. A roda pode acontecer em diferentes contextos como carnaval, encerramento de uma atividade pedagógica ou em festejos juninos; em espaços abertos ou fechados, como ruas, bares e praças.  Na roda de ciranda, são trazidos à tona sentimentos de celebração e pertencimento a um lugar e a uma história, seja das cirandas à beira mar, seja das noites de festa nos engenhos da Zona da Mata Norte de Pernambuco (composta por 19 municípios do estado).

Processo de registro

Ciranda do Nordeste 3A solicitação de registro da Ciranda do Nordeste foi apresentada pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco com amplo apoio da população, demostrado por meio de abaixo-assinado encaminhado ao Iphan. A instrução da solicitação, que contou com a parceria da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), incluiu pesquisa de identificação com aplicação do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), mobilização da comunidade e produção de dossiê de registro, material audiovisual e fotográfico.

A pesquisa de referência para o registro foi realizada em Pernambuco, especificamente na Zona da Mata Norte e Região Metropolitana de Recife, mas há indícios de que essa expressão ocorra em outros estados do Nordeste, em especial nos estados vizinhos de Alagoas e Paraíba. Por isso, apesar da solicitação se referir à “Ciranda do Estado de Pernambuco”, o parecer técnico considera que o nome “Ciranda do Nordeste” seja o mais adequado uma vez que essa forma de expressão pode vir a ser identificada em outras localidades.

O registro de bens culturais de natureza imaterial foi instituído pelo Decreto 3.551/2000. Com o reconhecimento, a Ciranda do Nordeste passa a ser acautelado pelo Iphan, que atuará na salvaguarda da manifestação, coordenando a execução de políticas públicas para a reprodução e sustentabilidade da expressão cultural.

Créditos:

Imagem 2: Músicos da Ciranda Cobiçada (Paulista-PE). Foto: Alex Costa
Imagem 3: Quadrilha Tradição - coreografia ciranda (Recife-PE). Foto: Paulo Maia  

Assessoria de Comunicação Iphan
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