GABRIELA MOLL, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
Com o objetivo de fortalecer a cultura local e garantir a participação popular na construção de políticas públicas do setor, 104 conselheiros regionais de culturaforam empossados. Eles representam 13 regiões administrativas. “Essa é mais uma forma de abrir permanentemente o diálogo com a sociedade”, disse o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, na solenidade de assinatura do decreto de posse dos membros, na manhã desta quarta-feira (16), no Palácio do Buriti.
“Acreditamos no poder transformador da cultura como instrumento para uma sociedade mais generosa, inteligente e amorosa”, reforçou. De acordo com Rollemberg, a medida simbólica será ainda mais ampla com a aprovação da Lei Orgânica da Cultura, que tramita na Câmara Legislativa.
A iniciativa integra um processo de descentralização que ocorre desde o início de 2015. O secretário de Cultura, Guilherme Reis, lembrou que a pasta mapeou as demandas nas regiões administrativas para propor as mudanças necessárias. “Adequamos as estruturas às necessidades dos moradores, fazedores e consumidores de cultura”, explicou. “Agora é o momento de avançarmos com as políticas, sempre atentos às lideranças culturais e comunitárias”, acrescentou.
A estratégia adotada pelo governo para ampliar o acesso da comunidade aos serviços culturais inclui a distribuição de R$ 6,4 milhões em recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) por meio de edital. A novidade atraiu 425 concorrentes.
Representatividade nos conselhos regionais de cultura
“Isso aqui é voto popular”, bradou Fernanda Barbosa Adão, uma das conselheiras do Guará, durante discurso na solenidade de hoje. “O trabalho é voluntário, mas, se não nos responsabilizarmos com ele, não vai para frente”, disse a atriz, que destacou os conselhos como plataformas de comunicação direta entre o setor cultural, o governo e a população. Cada grupo tem oito representantes da sociedade civil, escolhidos pela comunidade, e dois do poder público — o administrador regional e o gerente de Cultura da administração.
Para o músico Hamilton Zen, também representante do Guará, o grupo é fundamental para valorizar a produção artística da região. “Temos uma produção riquíssima, o que falta é incentivo e reconhecimento”, avaliou o percussionista, que está no terceiro mandato.
A dançarina Sara Reis integrará o grupo do Varjão pela primeira vez. “Percebo avanços como a ampliação nas orientações e o acesso à informação por meio da secretaria, por isso decidi fazer parte.” Desde 2007, Sara faz projetos sociais na região com foco em cultura afro-brasileira, danças regionais e capoeira.
Eleições para conselheiros regionais de cultura
As eleições dos conselhos regionais de cultura — órgãos consultivos ligados ao Conselho de Cultura do DF — começaram em 4 de junho, com seminários que reuniram 217 candidatos e mobilizaram 4,5 mil pessoas, de acordo com a Secretaria de Cultura. Brasília tinha sete grupos estabelecidos: Cruzeiro, Gama, Guará, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho II e Taguatinga. Com a reestruturação, todas as regiões passaram a ter o colegiado, e os existentes foram reformulados. Oito comitês macrorregionais foram criados para facilitar a gestão.
Os conselheiros que tomaram posse hoje representam Brazlândia, Ceilândia, Guará, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho II e Varjão. Das 31 administrações regionais, 10 ainda terão eleições. A previsão da Cultura é que todo o processo de escolha e posse seja encerrado até o fim do primeiro semestre de 2017.
EDIÇÃO: MARINA MERCANTE