LANÇAMENTO DE LIVRO:CÁUSTICO LUNAR (título original: Lunar Caustic) apoio:
De Malcolm Lowry
Traduzido por Maurício Búrigo
LGE / Círculo de Brasília Editora
Realizado com apoio do FAC-Fundo das Artes e da Cultura Secretaria
de Cultura De 80 págs. 13x21cm
Ilustrado com xilogravuras de Sylvio Carneiro Monteiro
Preço: R$ 30,00
LANÇAMENTO: Quinta-feira, 10 de novembro de 2016, às 20 horas – Galeria Olho
de Águia, CNF 01, Edifício Praia Mar, Loja 12 – Praça da CNF (Taguatinga Norte)
RESUMO: O tradutor Maurício Búrigo lança pelo Círculo de Brasília Editora e LGE
o livro Cáustico Lunar, de Malcolm Lowry, um dos maiores escritores do século XX.
A novela, selecionada pelo edital de 2003 do FAC – Fundo das Artes e da Cultura,
apresenta a narrativa semi-biográfica e delirante de um marinheiro e músico de jazz
inglês durante um período de auto-internação no hospital público de Nova Iorque
durante os anos 30 (do séc. XX) para recuperar-se momentaneamente de seu alcoolismo
crônico. A narrativa retrata, em meio ao delírio, o próprio mundo do marujo, que
dialoga com seus colegas de catre e ao mesmo tempo com seus ícones literários mais
importantes, como Herman Melville e Arthur Rimbaud.
O livro traz ainda apresentação sobre a obra e o autor, por Alex Cojorian. Além
disso, o livro é ilustrado com xilogravuras produzidas pelo artista Sylvio Carneiro
Monteiro.
O AUTOR:
Malcolm Lowry (New Brighton, 1909-Inglaterra, 1957), é um dos maiores
romancistas do século XX, e sua obra principal, o romance Under the Volcano (Sob o
Vulcão), que se passa num vilarejo mexicano durante o dia dos mortos, foi, na década
de 1980, brilhantemente adaptado para o cinema pelo cineasta John Huston. Da
admiração por Melville e da atração por tudo o que diz respeito ao mar, fez-se, ele
mesmo, ao mar: entre a escola secundária e a universidade embarcou para o oriente,
como taifeiro e estivador, numa viagem que durou cerca de seis meses. Dessa
experiência resultou Ultramarine (1932), seu primeiro livro. Terminada a graduação em
literatura inglesa, em Cambridge, andou por todo o mundo, sempre bêbado – daí talvez
ter desistido da vida marítima, porque parece que sofria de enjôos. A própria vida de
Lowry é um romance, cheio de azares e de lances desafortunados. Quase todos os seus
livros tiveram de ser reescritos: os originais se perdiam, se queimavam, se destruíam
nos acidentes mais lastimosos. Passou a maior parte de sua vida de escritor numa
cabana de um usucapiente em Vancouver, no Canadá. Bêbado contumaz, morreu da
ingestão excessiva de barbitúricos, misturados ao álcool – o que leva à hipótese de
suicídio – após uma violenta briga com a esposa.
O TRADUTOR: Cáustico Lunar marca a estréia de Maurício Búrigo como tradutor.
Círculo de Brasília Editora
fax (61) 447 2074 CP 4423 CEP 70.919-970 Brasília/DF www.circulodebrasilia.org editora@circulodebrasilia.org
O ILUSTRADOR: Sylvio Carneiro Monteiro é gravador e professor.
O LIVRO:
esta edição apresenta pela primeira vez no
Brasil a tradução da novela Cáustico Lunar, de
Malcolm Lowry.
Malcolm Lowry imaginara uma espécie de
Divina Comédia alcoólica, em que o romance Sob o
Vulcão seria o Inferno, enquanto que Cáustico Lunar
seria o Purgatório, e In Ballast to the White Sea seria o
Paraíso. Mas se Lowry nunca levou a versão definitiva
de Cáustico Lunar ao prelo, In Ballast... nem a isso
chegou, tendo sido o manuscrito devorado pelo fogo.
Do conjunto da obra, restaram Hear Us O Lord from
Heaven Thy Dwelling Place (1949), Dark as the Grave
Wherein my Friend is Laid (1952) e October Ferry to
Gabriola (1953).
A edição do texto original (1963), póstuma,
coube a Margerie Lowry, esposa de Lowry e a Earle Birney, vizinho do autor e
professor da University of British Columbia, num trabalho aproximativo do método de
Lowry e de suas junções de infinitas versões de frases, parágrafos e capítulos.
Trecho do livro:
“O homem que ora dava o nome de Bill Plantagenet, mas que primeiro se
anunciara como o s. s. Lawhill, despertou com a certeza de, pelo menos, estar num
navio. Se não, de onde viriam tais clangores isolados, tais sons de ferro contra ferro? Ele
reconhecia o rangido da água vertendo da escotilha, a marcha pesada de pés no
tombadilho acima, o constante Frère Jacques, Frère Jacques das máquinas. Estava num
navio, que o levava de volta à Inglaterra, a qual nunca deveria ter deixado em primeiro
lugar. Ora tinha consciência do seu corpo torturado, tremebundo, malcheiroso. A luz do
dia desferia tentas de agonia contra suas pálpebras. Abrindo-as, viu três marujos negros
lavando vigorosamente o tombadilho. Fechou os olhos novamente. Impossível,
pensava.”
Da introdução de A. Cojorian:
“Cáustico Lunar, loucura decantada no fundo
da garrafa. A garrafa, ora mar, ora à mão do que singra, e o homem, um barco ébrio
soçobrando na tempestade. O s. s. Lawhill, ou Bill Plantagenet, ou Malcolm Lowry,
alcança abrigo. Na balbúrdia das tabernas portuárias de Nova Iorque, o sanatório
público é um abrigo. À chegada, a garrafa fica com o porteiro, que a restituirá à saída.”
LANÇAMENTO: Quinta-feira, 10 de novembro de 2016, às 20 horas.
Local: Galeria Olho de Águia (CNF 01, Edifício Praiamar, Loja 12 – Taguatinga Norte),
Entrada franca.