O documentário "O Sal da Terra", que conta a longa trajetória do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e apresenta seu ambicioso projeto "Gênesis", levou o César de Melhor Documentário na sexta-feira (20) e ganhou uma indicação ao Oscar. A produção foi dirigida pelo cineasta alemão Wim Wenders e pelo franco-brasileiro Juliano Salgado, filho do fotógrafo, que deu uma entrevista exclusiva para a RFI em Los Angeles antes da cerimônia do Oscar.
"O meu pai é um grande profissional, mas o que nos interessava mais era fazer um filme sobre o que ele testemunhou da história recente do mundo nos últimos 40 anos. Ele viajou por vários lugares e presenciou momentos lindos, momentos dramáticos e alguns momentos terríveis. Dessa experiência, ele aprendeu muito sobre a humanidade", disse o cineasta. "Por isso ele tem muito para transmitir. Ele já contava essas coisas para a família, para os amigos, então eu decidi com o Wim (Wenders) que era o momento de dividir todo esse aprendizado com um maior número de pessoas."
Sobre o César, principal prêmio do cinema francês, ele afirmou que é "algo meio louco". "São sonhos que se concretizam de repente. Aquelas fantasias: um dia o que eu faço vai dar certo e vai chegar a algum lugar. E, de repente, você está ganhando prêmios, sendo indicado ao Oscar. Acho isso muito incrível", declarou.
Mas Juliano diz que mantém os pés no chão. "Os prêmios não mudam muita coisa. Continuo sendo cineasta. Não sou ator nem cantor. O importante é trabalhar, observar o mundo e ter coisas para falar."Fonte:http://www.portugues.rfi.fr/
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