Desaversadora
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Memórias
Nasci em Taguatinga (DF), no Cerrado, e trago no meu ser heranças do Nordeste, de quem sou filha e neta. Na educação formal, estudei Comunicação Social – Jornalismo, me especializando em comunicação para a cultura. Foi por essa época que criei o Além das Paredes, em um outro formato que ficou pra trás. Em 2013, comecei a intensificar caminhos que fossem além da comunicação. Foi quando fiz o curso Educação Gaia – Design para a Sustentabilidade e conheci a Permacultura. Com o despertar espiritual, em especial no contato com o Daime, comecei a estudar a medicina natural e a buscar vivências relacionadas à tradição, educação e cultura popular. Essas novas descobertas culminaram com as vivências no Mercado Sul, um território histórico de encontros, memória, autonomia e aprendizados, em Taguatinga. A partir daí, me integrei a ações culturais e educativas, como o Coletivo Eu Livre e o Espaço Cultural Mercado Sul. Em 2012, descobri a Capoeira Angola como prática corporal e filosofia. Com esses chamados, sigo pelas veredas dos saberes de tradição oral e da minha ancestralidade, que passa pelo sertão nordestino e pelo Cerrado. Mais além… não cabe aq
O fotojornalista Ivaldo Cavalcante acaba de lançar mais um de seus gritos audivisuais. O curta “Qual o seu lugar no mundo” continua a trajetória de Ivaldo pelas ruas do DF, registrando Fábios e tant@s outros jovens entregues ao vício do crack. Um doc-denúncia com direção e captação de Ivaldo Cavalcante; montagem, finalização e direção de arte de Carina Aguiar; e trilha sonora de Dillo Daraujo. . No Chile, esse movimento é forte. Muitas iniciativas são realizadas e difundidas de hermanas para hermanas. A mais nova é esse trailer documental abaixo, produzido pelo Movimiento Insurrecto por la Autonomía de Una Misma (MIAU). Não tenho pressa. Pressa de quê? Fernando Pessoa, como Alberto Caeiro Eu sou a tocaia Sou a plenitude Eu lanço a moeda Se existem dois lados Esse meio é o fio Muitos caminhos Keyane Dias “Pedi às pedras que me contassem o segredo da quietude. Quietas, ficaram.” Keyane Dias — em algum dia de 2014 O poeta Manoel de Barros soube extrair, provar e compartilhar o néctar da simplicidade, esse item essencial que está em tudo e que é fundamental para gente tentar entender a vida. Com seu manoelês, o Maneco traduziu a língua de um montão de coisa, inspirando gentes por esse mundo. Bebendo desse néctar, a Caraminhola Filmes lançou em 2010 o curta A Língua das Coisas. Só hoje conheci o filme, que já recebeu prêmios no Brasil e na América Latina. Muito bom para assistir com as crianças e com as nossas crianças internas. Se brincar poesia não é, como falarei sério?Doc “Qual o seu lugar no mundo?”
Trailer documental pela liberdade da saúde feminina
Cada vez mais, mulheres pelo mundo se unem e se voltam aos saberes ancestrais que envolvem a saúde da mulher: a ginecologia natural e autônoma. Na contramão e na luta contra a opressão que sofremos por anos, nos unimos para pesquisar, praticar e compartilhar os saberes que sempre foram nossos, de nossas madres, avós, irmãs, tias, amigas, antepassadas. Os séculos de sociedade patriarcal tentaram nos conter, nos impondo uma medicina antinatural e machista, mas jamais apagarão a memória daquelas que persistem em ser o que são.
Sobre esse tema, veja também:Alberto Caeiro sobre a pressa
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passe adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salte por cima da sombra
Não; não tenho pressa.
Se estendo o braço, chego exatamente aonde o meu braço chega -
Nem um centímetro mais longe.
Toco só aonde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E somos vadios do nosso corpo.
E estamos sempre fora dele porque estamos aqui.Pedaços do Tao
E a redenção
O fogo que queima
Os ventos que vão
E a inconstância
O fim e o início
Da minha ânsia
Nem cara ou coroa
O medo me pega
E a coragem ecoa
Nenhum escolhi
Caminho é no meio
Do meu prosseguir
Me tece e destece
O sentir, o agora
É o que enobrece
Nem igual ou rival
Cada um é apenas
Pedaços do Tao.
18.01.14.
A Língua das Coisas
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