Lan?amento do livro "Artesanato de Perquntas" a poetiza Carla Andrade.Dia: 29 de Maio de 2014 . Galeria Olho de ?guia - CNF 01, Edif?cio Praia Mar, Loja 12 ? Pra?a da CNF (Taguatinga Norte)

21/05/2014 17:46

 

CARLA ANDRADE BONIFÁCIO GOMES

 

 

é mineira de Belo Horizonte. Mora em Brasília há sete anos, onde trabalha como jornalista e é poeta em tempo integral. Alguns de seus poemas foram premiados em concursos em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O caderno Pensar do jornalCorreio Braziliense já publicou seis de suas poesias.

 

A poesia de Carla Andrade articula imagens que parecem brotar da fonte mais pura da poesia. Seus poemas raramente estão preocupados com um lastro de realidade, parecem estar muito mais submissos a uma vertiginosa – e difícil – sedução da imagem. Cada poema é um “tratado de perplexidades”, como ela mesma intitula um deles. “O real tem tardes de abismos / e os pássaros feridos em bandos / perdem-se dentro de mim”, diz o poema Doses do real, como se fosse estabelecido a cada momento uma cisão profunda entre a voz que fala no poema (o “mim”) e a realidade, cisão que exprime uma certa angústia, e provoca a desestruturacão de qualquer ideal de clareza na expressão.” ADALBERTO MüLLER

 

“Carla Andrade pisa firme no chão da poesia, levitando. Quanto mais leio, mais gosto de seu rebuliço linguageiro.  Mais me surpreende a fala crisálida, a habilidade com que desmonta e recria o seu sentido. / Os primeiros passos desta poeta mineira mostram que ela não joga com palavras à deriva. Antes, sai pulando marés e amarelinhas, voando pelos vendavais e abismos de um universo muito próprio, dona de asas e enlevos. / No desregramento com que ela tece os versos, há um lirismo enigmático provocando as pertinências. Vai deslocando as palavras, bricolando os sentidos (de quem a lê), divertida no jogo da poética, sábia e indiferente no que traduz da vida.”ANGÉLICA TORRES 

 

Carla entrevistada pelo poeta e Jornalista e musico Anand Rao*

 

 

Anand Rao Multiempreendimentos: Por que escreves poesia e não contos, romance, por que este gênero literário foi o que te cativou?

Carla Andrade: A poesia me traduz, gosto de escrever contos e crônicas, mas é na poesia que me encontro, é uma gostosa terapia que me faz enxergar o mundo de forma mais lúdica. Com meus poemas, posso explorar as palavras com mais carinho, sem uma preocupação muito grande com a realidade e a coerência de um texto, tão exigida na profissão que escolhi, a de jornalista. É apenas uma cadência de imagens que tento ordenar de forma desordenada.

ARM: Anand Rao, é um músico farrista que compõe no palco, e você, o seu poema, feito em casa, nada no improviso, porque fazer este show com Anand Rao?

CA: A poesia precisa dessa interação com outras expressões artísticas, como a música, artes plásticas, entre outras. Essa combinação torna o poema mais acessível a todos, ele ganha mais vida e toca os sentidos do público.

ARM: O que estará apresentando no show, o show terá espaço para improvisos ou você recitará rigidamente o que aqui divulgar?

Anand Rao, compositor

Anand Rao, compositor

CA: Apresentarei umas 10 poesias do meu livro “Conjugação de Pingos de Chuva”, com temas sobre a natureza, vida, morte, tempo, e poesias inéditas como Artesanato de Perguntas, Novelo, Capoeira, Arquitetura do Rio, entre outras.

ARM: Poesia no Brasil tem valor?

CA: Eu acho que a poesia no Brasil não está valorizada ainda. Ferreira Gullar, que é um dos poetas mais vendidos do Brasil, tem uma expressão pequena no mercado editorial quando comparamos com gêneros como romance e contos. A própria Bienal de Poesia que a capital realizou em 2008 contou com uma cobertura fraquíssima da imprensa. Muitas pessoas têm um certo preconceito com a poesia, acham que ela não tem utilidade prática nesse mundo onde todo mundo anda tão apressado e valoriza cada vez menos a contemplação, a reflexão. A poesia também é considerada, por muitos, como um produto pouco vendável, hermético. Há um ano, o jornal Correio Braziliense tirou de circulação o caderno Pensar, que trazia uma boa cobertura literária, com críticas e contextualizações históricas, além de dar espaço para a poesia. O caderno foi distribuído entre os diversos segmentos da cultura sucumbindo-se às pressões do mercado.

ARM: Você tem outra profissão, dá para viver de poesia no Brasil?

CA: Sou jornalista concursada da Anac, como estou trabalhando meio período, sobra tempo para escrever poesia. É necessário ter outra profissão, principalmente se você mesma tem que distribuir seus livros e divulgar seu trabalho.

ARM: Brasília é a capital do panetone, cueca e meia, ou existe cultura na cidade, o que os artistas de Brasília devem fazer para melhorar a imagem da cidade?

CA: A cultura nos mostra sentido e beleza na vida, apesar de toda essa corrupção. Devemos resgatar o que há de mais original na arte brasiliense. Não somos o reflexo de uma cultura pasteurizada, tão mostrada e esvaziada de opiniões nas telas de uma tv. Somos um caldo de expressões, sotaques, regionalismos, lendas, História. Isso tudo é muito rico para deixar de ser mostrado, recuperado. E Brasília é isso, é essa nossa imagem. Contextualizar esse sincretismo cultural é compreender nosso povo, nossas raízes e ter orgulho disso.

Anand Rao é músico, cantor, compositor, poeta e jornalista.

Serviço: 

Lançamento do livro "Artesanato de Perquntas" a poetiza Carla Andrade

 

Dia: 29 de Maio de 2014 

 

Horário: Apartir das 20h 
Local: Galeria Olho de Águia - CNF 01, Edifício Praia Mar, Loja 12 – Praça da CNF (Taguatinga Norte) 
Entrada: franca 
Classificação indicativa: Livre

 

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