Eraldo Peres em entrevista para o II Congresso da RPCFB (Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil) Foto: Carol Perez

11/02/2013 14:50

 

Em mais uma entrevista da série especial para o II Congresso, conversamos desta vez com Eraldo Peres, do Conselho de Economia da Fotografia da RPCFB. Eraldo será o relator do Grupo de Trabalho Políticas Públicas para fomento, pesquisa e difusão da fotografia, e conta um pouco sobre a posição desta discussão na pauta deste Encontro.

 

1. Você participou do 1˚ Encontro da RPCFB e agora será relator do GT de Políticas Públicas. Como associado atuante, como você enxerga o saldo desse primeiro triênio e o que os produtores culturais puderam aprender com essa experiência?
Acredito, e pude constatar durante o encontro do Setorial de Artes Visuais do CNPC do Minc, que a REDE tem desempenhado um papel fundamental no campo das políticas públicas e da produção cultural em fotografia. Lembro que durante o encontro do Setorial foi explicitado a importância da Rede e o acesso que ela conquistou junto às instâncias de direção do Ministério da Cultura. E com certeza essa foi uma conquista construída com a participação de todos os membros e associados em cada estado e em cada região do país. Acredito que temos um saldo extremamente positivo, mesmo considerando que em algumas questões, principalmente em relação ao acesso e circulação da informação e a participação do conjunto das regiões, ainda se vê uma defasagem. Nós mesmos do Centro-Oeste ressentimos um pouco essa distância e uma ausência relativa de informações e participação.

2. Quais as suas expectativas para esse segundo Encontro, especialmente no Grupo de Trabalho que você irá participar?
Esse segundo encontro vai representar um avanço, mais um passo na nossa caminhada. Chegamos a um momento mais maduro, quando as questões relativas à produção cultural e as políticas públicas para o setor da fotografia estão clareando, estão mais perceptíveis e, dessa forma, temos mais condições de avançar. Quanto às discussões nos grupos de trabalho o resultado não será muito diferente, pois essa maturidade com certeza contribuirá para uma melhor compreensão do papel da Rede nesses contextos.

3. Você será o relator de um Grupo de Trabalho que discutirá, entre outras coisas, os meios de diálogo da produção cultural fotográfica com o poder público e os mecanismos de fomento, pesquisa e difusão da fotografia. Como você vê as pautas para este grupo?
Não dimunuindo a importância dos temas dos outros grupos de trabalho, esse sobre as políticas públicas e os mecanismos de fomento é o grande desafio para a produção cultural, haja visto as barreiras enfrentadas em termos de dotação orçamentária e disponibilização de editais. Vejo essa questão sob duas óticas: uma nacional, a nível do MinC e estâncias federais, onde acredito que nossas posições devam convergir para editais com dotações orçamentárias regionais e de valorização da produção fotográfica como linguagem e processo produtivo próprios; outra, a nível da mobilização estadual (e também regional), já que em Brasília estamos implementando um processo de articulação dos fotógrafos e produtores culturais em torno da Secretaria de Cultura e do Fundo de Apoio a Cultura. Esse processo vem no sentido de buscarmos primeiramente nossa união e articulação, coisa muito dificil quando se trata do segmento fotográfico. Em segundo plano, buscamos poder apresentar propostas em conjunto tanto no sentido de fortalecer a fotografia como um setorial dentro da estrutura de decisão do FAC (Fundo de Apoio a Cultura), quanto no sentido de pleitear editais que contemplem de forma específica a fotografia. Já alcançamos alguns avanços, o setorial de fotografia foi criado e aguarda a a sua implementação. Outra resultado já alcançado foi a partir de reunião com o Secretário de Cultura e com o Conselho de Cultura, quando ambos manifestaram a intenção de receber nossas demandas, e já concretamente, vão explicitar o termo FOTOGRAFIA em todos os editais do FAC. Isso pode parecer muito pouco mas, na realidade, significa muito pois só a inclusão do termo já vai abrir muitas possibilidades para os produtores culturais de fotografia nos próximos editais.

4. Quais os resultados que você espera deste II Congresso?
Que possamos avançar em nossa estrutura e organização. Que a Rede avançe na direção dos estados e das regiões, que “penetre” em todo o país como um legítimo espaço de participação, reflexão e articulação sobre a fotografia, a produção cultural e sobre os grandes desafios que o setor tem pela frente.

 

 

Eraldo Peres é fotógrafo documentarista e jornalista, com atuação no desenvolvimento de projetos culturais e na documentação da cultura popular e do patrimônio imaterial brasileiro. Criador e diretor do Photo Agência, empresa de agenciamento de fotógrafos e desenvolvimento de projetos e produtos culturais de Brasília – DF, e responsável pelo setor de Economia Criativa da Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil. Desenvolve há mais de dez anos o Projeto Festa Brasileira – Informação, formação e divulgação da Cultura Popular Brasileira – onde uma equipe de fotógrafos e jornalistas realizam documentação fotográfica e audiovisual das festas populares e folclóricas brasileiras.FONTE:http://rpcfb.com.br/wp/eraldo-peres-e-o-gt-de-politicas-publicas/

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