Addictive, te vi e ouvi - por Marina Mara.

15/09/2011 13:34

O que Os Mutantes (os da Rita Lee) e o duo audiovisual mais reconhecido do mundo, o Addictive TV, têm em comum? Os dois têm uma dose extra de alegria em sua receita de sucesso – o qual alcançaram por mérito e não por meta. Esse último, tive o prazer de conhecer em setembro de 2011 quando vieram tocar em um festival em Brasília.
Uma semana antes do evento, a manager-curadora do duo, Francoise Lamy, me contatou para fazer uma entrevista com os caras para meu sítio cultural. Claro que topei na hora. Os responsáveis por essa peripécia audiovisual chamada Addictive TV são Graham Daniels e Mark Vidler – dois figuras que, durante sua apresentação, colocaram Brasília no bolso – do lado do coração. Sem dúvida foi o show mais foda (desculpe, mas o termo é esse mesmo) que Brasília viu nos últimos anos-luz.
O diferencial do grupo é a maneira de produzir suas músicas, compostas por recortes quase cirúrgicos de trilhas e efeitos sonoros do cinema, da TV e de suas filmagens. O resultado são obras-primas para assistir e para dançar – muito. Para o novo projeto do Addictive TV, o Orchestra of Samples, a dupla está filmando artistas mundo a fora e aqui em Brasília os escolhidos foram o Patubatê – o grupo de percussão mais extrovertido do planeta; a cantora-deusa-amazônica Andréa dos Santos e eu, para declamar Dáblio-dáblio-dáblio próximo à uma cachoeira.
Assim que cheguei ao hotel para entrevistar os caras, vi descendo no elevador panorâmico uma das figuras mais doces e espirituosas que conheci – Francoise Lamy. Sabe esse tipo de gente que se torna nosso amigo de infância em cinco minutos? É ela. Após as apresentações formais, Graham logo perguntou como seria a entrevista. Aí respondi que já estava sendo, pois não era a jornalista quem os entrevistaria, mas a poeta, que não pergunta, mas sente as respostas. Eles se amarraram na proposta e então saímos para conhecer a cidade, papear e tomar umas cervejas.
Sentamos no Balaio Café e o papo evoluiu para uma possível curta viagem no dia seguinte, pois eles queriam conhecer algo além do Lego de Niemeyer. Adorei a ideia e tracei um itinerário interessante para uma compreensão sistêmica de Brasília. No dia seguinte, os apresentei a Cidade Estrutural, Brazlândia e a minha querida cidade-natal, Taguatinga – locais com diferentes e ricas histórias. Preparei uma seleção de músicas toda especial para ouvirmos pelo caminho, onde solenemente informei: aqui eu sou o DJ. Ouvimos de Tropicália a Mangue Beat, Fela Kuti, Céu e muito Os Mutantes, sobre quem trocamos figurinhas de super fã. Coincidentemente, nas duas vezes em que veio ao Brasil, O Addictive TV ficou no mesmo hotel que a eterna musa-roquenrou Rita Lee. Sem dúvida, só essa coincidência já valeria a viagem para esses apaixonados pelo Brasil.
Estávamos a caminho da Barra do Dia, um paraíso que fica a uma hora da capital federal. Na estrada, a cada novo cenário, os rostos de Mark, Graham e Francoise exibiam um olhar quase infantil ao perceberem as sutilezas dos lugares – às quais muitos ficam indiferentes. Foi então que entendi de onde vinha toda aquela energia que faz do Addictive TV o top one do mundo – de seu olhar de criança que brinca e nos instiga a brincar. Após o deleite para os sentidos promovido pelo Addictive TV durante sua gig, Brasília foi dormir com os pés latejando e a alma sorrindo.
Saravá, irmãos!
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