FestFotoPoA abre hoje!!! e foca na produ??o coletiva em sua sexta edi??o.foto Josef Koudelka

21/08/2012 14:09

 

Convidado Internacional – Josef Koudelka

 

 

Em 1968 Josef Koudelka tinha trinta anos e seu compromisso integral com a fotografia era apenas recentemente, documentando o teatro, e a vida de famílias de ciganos. Até aquele momento ele não tinha nenhuma experiência com fotojornalismo. Na noite de 21 de agosto tudo mudou na sua vida e no seu país, quando os tanques do Pacto de Varsóvia invadiram a cidade de Praga, encerrando o curto período de liberdade políticana Tchecoslováquia, naquela que ficou conhecida como a Primavera de PragaNo meioda turbulência da invasão soviética, Koudelka foi para as ruas documentar estemomento crítico e suas fotos se tornaram um documento da história.

Data de abertura: 6 de novembro de 2012
Local: Memorial do Rio Grande do Sul
Horário: 19 horas
Apoio: Fundação Aperture e Magnum Photos

 

Diálogos Internacionais – Leitura de Portfólio do FotoFest Houston 2012

Lúcia Herrero/Espanha – Série Espécies
Sala de projeções Diálogos Internacionais – Memorial do Rio Grande do Sul

Christopher Chadbourne/Estados Unidos – Is this your lucky day?
Sala de projeção Diálogos Internacionais – Memorial do RS.

Guadalupe Casasnovas/San Domingo – Reality TV
Sala de projeções Diálogos Internacionais – Memorial do RS

 

Selecionado no Fotograma Livre 2011

Rafael Casares/Uruguai
Sala de projeções Diálogos Internacionais – Memorial do RS

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No plano internacional, a fotografia atravessou todo o século xx vivendo uma aparente dicotomia – a fotografia enquanto documento e a fotografia enquanto arte – que mais serviu de exercício dialético entre partes, por princípio oponentes mas que numa visão distanciada se mostravam complementares e que o tempo apenas evidenciou esse território de interseções, próprio do caráter único da fotografia. Toda criação artística que se utiliza do aparato fotográfico finca em seu território (o da fotografia), um documento. Todo documentarista (fotojornalista incluso) produz um documento que abre no território fotográfico um espaço de expressão artística.

Ao buscar experiências coletivas na fotografia, o FestFotoPoA 2012 se inspira nos surrealistas e na gênese de uma experiência artística, que no início do Século XX montou bases que influenciaram a dupla personalidade da fotografia: o documento e a expressão artística.

 Fotografia como instrumento de criação: a caneta de imagens

Dentre todas as influências que a fotografia sofreu ao longo dos anos, devemos destacar as propostas do Movimento Surrealista. Em 1923, a Leitz Weztlar lança o primeiro modelo comercial de pequeno formato: a Leica II A que utilizava o filme cinematográfico de 35 mm perfurado pelos dois lados, com lentes intercambiáveis e com um sistema de visor direto com telêmetro. No ano seguinte André Breton menciona ter conhecido uma caneta com muitas páginas em branco (fotogramas) capaz de escrever uma história somente com imagens. Os surrealistas, ao adotarem a máquina fotográfica de pequeno formato como instrumento de uso comum tal qual um lápis ou um pincel, libertaram-na de ser uma simples máquina que realizava cópias mecânicas do real para transformá-la em um instrumento criativo e livre, associando-a a uma caneta que cabia no bolso e que não necessitava de um tripé.

Para o surrealismo, não deveria existir o pintor, o escultor ou o poeta com expressões artísticas independentes. A arte seria a união de todas as expressões – a pintura, a escultura (os objetos surrealistas), a poesia, a fotografia etc. –, e o artista deveria ser múltiplo, completo e total, capaz de manipular todas as formas de criação. E, a fotografia expressava a possibilidade de contar uma história e fazer um relato somente com imagens, ou seja, o princípio e a essência da reportagem fotográfica no jornalismo. A máquina fotográfica que utilizava um filme em rolo era como um bloco de notas com 36 folhas vazias para serem preenchidas (36 é o número máximo de fotogramas que possui comercialmente o filme 35mm). Além disso, sua prática cotidiana estava intimamente presa à idéia do acaso, dos encontros inesperados e fortuitos ou da sorte na captura fotográfica. Independentemente de ser ou não ser uma arte, a fotografia era um processo criativo e de criação, pelo qual poderíamos intervir na cópia e/ou no negativo para criar uma nova imagem e uma nova representação. A fotografia deixou de ser, portanto, um produto pronto e acabado, emoldurado como lembrança sobre uma prateleira, para ser suporte de um novo produto final, um meio para uma nova representação.

Inúmeros são os fotógrafos dessa época, Brassaï, André Kertèz, Robert Doisneau e Cartier-Bresson são apenas alguns que citamos como precursores da moderna reportagem fotográfica e das agências fotográficas. De fato, a quase totalidade das revistas ilustradas foram fundadas nos anos 30 – a nossa O Cruzeiro, a francesa Vu ou a prestigiada Life por exemplo – e no período entre 1930 e o final da guerra,  da Black Star à Magnum registramos cerca de três centenas de agências de imagens.

O Movimento Surrealista é, sem dúvida, a mola mestre da moderna fotografia. Ele nos possibilitou esquecer as discussões de ser ou não a fotografia uma arte e nos empurrou para a rua, na procura dos ínfimos instantes que compõem a vida dos homens.
(Texto de Zeca Linhares).

A programação ainda está sendo fechada. Aguarde novas atualizações.

 

6º FestFotoPoA -  21 de agosto a 30 de novembro de 2012
Memorial do Rio Grande do Sul: Acesse:
http://www.festfotopoa.com.br/2012/

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